Na certa quem só se locomove de automóvel não aprova de maneira nenhuma este pensamento. Muitos vão dizer que o governo deve bancar isto, sem que onere os motoristas, e esta linha de pensamento até tem um fundamento. Mas, pegando exemplo de cidades que conseguiram resolver o problema da mobilidade, vemos que todas elas deram prioridade ao transporte coletivo, para ocupar melhor o uso do solo.
O carro ocupa mais espaço na via e transporta menos passageiros. Em média 1,4 por veículo. O espaço de 3 veículos é o mesmo que pode ser usado por um ônibus que pode carregar 40 pessoas sentadas.
Samuel de Abreu Pessôa, pesquisador do Ibre/FGV e professor da Escola de Economia de São Paulo, fez um estudo, mostrando o aumento em R$ 0,50 no preço do litro da gasolina permitiria um subsídio na tarifa de ônibus de R$ 1,20 e redução do IPCA de 0,026 pontos percentuais.
A ideia é inclusive defendida pelo prefeito Fernando Haddad: “Isso quer dizer que a demanda social por subsídio à tarifa é possível desde que haja uma fonte de financiamento. A melhor fonte de financiamento é aquela que inibe o uso do carro”.
“A prioridade pelo metrô não é correta, porque não cabe no bolso. Se for esperar a expansão do metrô, vamos esperar 100 anos”, disse o pesquisador, recomendando, por exemplo, a utilização de BRTs (Bus Rapid Transit). “As cidades que bancarem a opção pelo BRT vão sair na frente.”
Nesta questão do Metrô existem outros especialista que discordam, e defendem uma melhor gestão das obras, com várias frentes para acelerar a rede metroferroviária. Por mais que uma linha de Metrô é cara, o modal acaba sendo mais eficaz e preferido por quem usa.
O fato é que São Paulo é tão carente de mobilidade, que qualquer solução é bem vinda.
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