CPI dos Ônibus no Rio: início adiado

Primeira reunião será na quinta-feira, segundo presidente da comissão. Protestos seguem dentro e fora da casa; Cesar Maia teve carro cuspido

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Fonte: G1  |  Autor: Henrique Coelho  |  Postado em: 13 de agosto de 2013

Manifestantes em frente à Câmara dos Vereadores do

Protestos em frente à Câmara dos Vereadores do Rio

créditos: Domingos Peixoto

 

A primeira reunião da CPI dos Ônibus, marcada para terça-feira (13), na Câmara Municipal do Rio, foi adiada.

 

A informação foi confirmada pelo vereador Chiquinho Brazão (PMDB), presidente da comissão, que faltou à reunião marcada para segunda-feira (12), assim como os outros três membros da CPI que não assinaram a favor da investigação: Professor Uóston (PMDB), Jorginho da SOS (PMDB) e e Renato Moura (PSC). Segundo Brazão, os trabalhos serão abertos na quinta-feira (15).

 

A convocação será feita na terça-feira, disse o vereador ao G1: "Vamos votar os requerimentos de convocação e os dias que essas convocações acontecerão."

 

Sobre a presença dos manifestantes no plenário caso a ocupação permaneça, ele diz que isso cabe a decisões do presidente da casa, Jorge Felippe (PMDB), e da segurança pública do município. Um protesto iniciado na Candelária chegou à Cinelândia por volta das 18h50.

 

O pedido de adiamento foi feito durante reunião desta segunda entre Jorge Felippe (PMDB) e 28 vereadores presentes, para discutir a ocupação de manifestantes, desde sexta-feira (9) na Câmara – até o início da noite, 11 permaneciam no local. O grupo exige que que o presidente da comissão seja Eliomar Coelho (PSOL), autor do requerimento da CPI, e a renúncia de todos os membros da CPI, com exceção do próprio Eliomar, sob a alegação de que nenhum deles assinou o requerimento original.

 

Cesar Maia é insultado 

Mais cedo, o vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM) havia antecipado o provável cancelamento da primeira reunião da CPI e ironizou a ausência dos quatro vereadores. . "Talvez eles não tenham vindo por algum problema de segurança pessoal", ironizou Cesar Maia, antes de ser cercado por manifestantes na Cinelânda, ser insultado e ter seu carro cuspido.

 

Reivindicações 

Pela manhã, os manifestantes divulgaram uma lista com suas reivindicações, com as seguintes propostas:

"1 - Anulação da instalação da CPI dos Ônibus;

2 - Renúncia dos seguintes parlamentares membros da comissão: Chiquinho Brazão, Jorginho do SOS, Professor Uóston e Renato Moura;

3 - Participação da CPI dos Ônibus exclusiva para os vereadores que assinaram a instalação da comissão;

 4 - Que o presidente da CPI seja o vereador proponente, no caso, Eliomar Coelho (PSol);

5 - Que todas as reuniões sejam programadas e divulgadas com antecedência;

6 - Criação de uma Comissão Popular Parlamentar;

7 - Reforma do regimento interno da Câmara para que seja legitimado o protesto e sejam respeitados os direitos humanos fundamentais;

8 - Anistia dos presos políticos que foram processados criminalmente nos atos de protesto;

9 - Que a desocupação da Câmara Municipal ocorra respeitando a integridade física e jurídica dos manifestantes".

 

Segundo os manifestantes, a votação para a composição da CPI dos Ônibus tem que acontecer de forma legítima, com acesso da população. Eles dizem que a votação de sexta-feira foi feita às pressas e desrespeitou o caráter público-democrático. Eles pedem que a nova votação do presidente e do relator seja realizada no plenário, respeitando a limitação do espaço. eles pedem ainda que telões sejam disponibilizados na praça para que o público tenha maior acesso.

 

O prédio da Câmara Municipal do Rio permanece ocupado por um grupo de 12 manifestantes. Barracas foram montadas na frente a escadaria da Câmara, na Cinelândia, no Centro da cidade.O protesto começou na sexta-feira (9), com jovens invadindo plenário e exigindo mudanças na composição da CPI dos Ônibus. Chiquinho Brazão (PMDB), Jorginho do SOS (PMDB), Professor Uóston (PMDB) e Renato Moura (PTC) não assinaram o requerimento para a criação da comissão. Em uma sessão tumultuada na sexta, Brazão e Professor Uóston foram eleitos presidente e relator da CPI, respectivamente.

 

Na madrugada de domingo (11), um grupo de 40 ativistas deixou o prédio. Eles saíram gritando palavras de ordem. Segundo a Polícia Militar até o fim da tarde de domingo, apenas 12 pessoas continuavam no interior do prédio. À tarde, o número caiu para nove.

 

No sábado (10), seis vereadores, entre eles o presidente da Câmara, Jorge Felippe, se reuniram com os manifestantes e receberam uma lista com reivindicações.

 

À saída da reunião, o único a falar foi o vereador Jefferson Moura, do PSOL. Segundo ele, o impasse criado com a eleição do presidente e do relator da CPI tem uma saída política.

 

“Há possibilidade de renúncia, há possibilidade de recomposição. Essa reunião já foi fruto da pressão da opinião pública do Rio de Janeiro . Então, tudo é possível nesse momento”, disse o vereador.

 

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