As empresas de ônibus atribuem as quedas de seus índices de qualidade no último semestre a interferências no trânsito que atrapalham a circulação, e até às manifestações de rua de junho. A avaliação da piora no serviço veio de um indicador que o poder público criou para a aferição do desempenho das viações: o IQT (Índice de Qualidade do Transporte).
Algumas também questionam os critérios adotados.
O SP Urbanuss, que representa as operadoras, diz haver indicadores que são afetados por fatores externos, "em que as concessionárias não têm qualquer responsabilidade, tais como trânsito caótico, acidentes e obras".
O sindicato afirma ainda que nos últimos meses a operação foi afetada "especialmente por manifestações de protesto, inclusive com atos de vandalismo".
As recentes manifestações, porém, foram concentradas principalmente na região central --e a avaliação de desempenho se refere ao período de janeiro a junho.
Reorganização
A SPTrans diz que, além de implantar faixas e corredores exclusivos, a melhora da qualidade passará pela reorganização das linhas, com integrações descentralizadas.
As piores notas são de empresas do consórcio Leste 4: Itaquera Brasil e Ambiental.
Esta última diz que agendou reunião com a SPTrans para tratar dos critérios do índice, pois entende que tem atendido aos "aos parâmetros de qualidade estabelecidos". A empresa cita haver renovação da frota e 95% de cumprimento de viagens.
"Portanto nos causa estranhamento nossa classificação tão baixa. Apenas poderemos nos pronunciar após esclarecermos as dúvidas", informou a empresa.
A companhia se chamava Himalaia, mas foi rebatizada há cerca de um ano, após ser assumida pelo grupo Ruas, maior empresário do setor em São Paulo.
Infraestrutura
Já a Itaquera Brasil possui duas garagens, mas os principais problemas ocorrem nos ônibus de uma delas, na Cidade Tiradentes, no extremo leste paulistano. Ex-perueiros, os gerentes dizem que a remuneração --R$ 2.68 por passageiro-- é insuficiente, embora seja uma das mais altas de toda a cidade.
A SPTrans diz que a área do consórcio é prejudicada pela falta de infraestrutura viária e que estuda uma solução para a questão.
"É uma área problemática desde 2003, sabemos disso, mas é uma área muito importante par a cidade. Estamos fazendo um diagnóstico para elaborar um plano, intervir e resolver", afirma a diretora Ana Odila Souza.
O consórcio da Expandir e VIP diz que faltam faixas corredores exclusivos na zona leste, onde atua.
O SP Urbanuss pondera que a nota média da cidade teve variação de 0,3%.
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