A Copa do Mundo de 2014 não marcará o fim da implantação da primeira fase do Move, nome oficial do sistema de transporte rápido por ônibus de Belo Horizonte, que tem programação para se estender por outros corredores da capital mineira até o fim da década.
A projeção é que atinja, no total, seis vezes a extensão inicial. Ao custo estimado de R$ 5,5 bilhões, o projeto prevê um complexo de 160 km até 2020 e depende ainda de intervenções como a duplicação do Anel Rodoviário da capital.
A primeira fase deve ter 25 km implantados até 2014, com investimento de R$ 850 milhões, mas só vai terminar completamente em 2015, quando dois viadutos exclusivos para coletivos serão construídos. Uma dessas estruturas ligará as avenidas Pedro I e Vilarinho, permitindo o deslocamento até a Estação Venda Nova. A outra será próxima à alça leste do Complexo da Lagoinha, com acesso pelo Bulevar Arrudas, entre as ruas Rio de Janeiro e Carijós.
A etapa do Move entregue até a Copa do Mundo, prevista para começar a operar entre abril e maio do ano que vem, terá tráfego misto e organizado por semáforos nessa parte do Complexo da Lagoinha e no acesso entre Vilarinho e Pedro I.
Ontem, a BHTrans apresentou oficialmente o nome Move para sistema de transporte de massa e as cores em tons de verde que serão usadas nas estações e nos veículos. A logomarca que representará o Move será um “M” estilizado em forma de curvas integradas dentro de um hexágono.
Foi divulgado também o itinerário das 137 linhas que substituirão percursos atuais do sistema BHBus. Dos bairros para as estações José Cândido da Silveira, Pampulha, São Gabriel, Venda Nova e Vilarinho virão 78 linhas alimentadoras. Dos terminais, os passageiros poderão embarcar em 27 linhas chamadas troncais, que levam ao Centro e a outras regiões da cidade.
Quatrocentos ônibus articulados
Com 200 ônibus gerenciados pela BHTrans e 200 metropolitanos, do sistema da Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) - estes com tons de laranja – circularão nos corredores exclusivos e em outras vias da cidade.
Nas pistas exclusivas do Move os passageiros poderão embarcar e desembarcar em 46 estações de transferência, que já estão sendo montadas. As instalações em metal e vidro têm bilheterias para compra de cartões de passagens únicas ou com mais créditos, além de portas niveladas com os acessos aos ônibus que dispensam escadas.
Ao longo das avenidas projetadas para o sistema poderão ser agrupadas até duas estações de transferência lado a lado, sendo uma para as linhas municipais e outra para as metropolitanas. “Não haverá, ainda uma integração total das linhas da BHTrans com as da Setop, em razão de não termos integração tarifária”, destacou o diretor-presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar. De acordo com ele, a integração das tarifas do cartão BHBus (BH) e do cartão Ótimo (metropolitano) deve ser planejada e pode ocorrer depois da Copa do Mundo de 2014.
Ainda não foi definido qual corredor começará a operar primeiro. As obras estão programadas para terminar até 31 de dezembro, segundo a BHTrans. Em seguida, o cronograma prevê, segundo o diretor-presidente da empresa municipal, um mês de testes operacionais nos corredores e pelo menos mais três meses de substituição gradual das atuais linhas pelas que integram o novo sistema de corredores e estações. Os terminais Pampulha e São Gabriel, que estão sendo construídos a partir do zero, é que definirão qual corredor começará a operar o Move, por fecharem cada uma um circuito. “Se a estação Pampulha ficar pronta primeiro, começamos a testar o corredor Antônio Carlos. Se for a São Gabriel, que teve de ser toda demolida e será refeita, começaremos pela Cristiano Machado”, afirma Ramon Victor Cesar.
Com a entrada em operação do Move, a expectativa da BHTrans é que 700 mil passageiros do BHBus sejam imediatamente atendidos, mas a capacidade máxima instalada poderia atender pouco mais de 1 milhão de pessoas, segundo a empresa. Nos horários de pico, a intenção é de ter intervalos máximos de 2 minutos para cada linha dos corredores exclusivos e cerca de 5 minutos nos demais horários. Isso é fundamental para não superlotar as estações de transferência, que são menores e não contam com equipamentos como banheiros. A ocupação calculada para esses espaços é de duas pessoas por metro quadrado, medida que chega a ser três vezes maior que a tolerância prevista em contrato para a acomodação dos passageiros nos ônibus atuais.
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