Uma força-tarefa do Ministério Público vai investigar a denúncia de cartel nas obras do Metrô e dos trens metropolitanos de São Paulo. O esquema de corrupção teria lesado os cofres públicos em R$ 500 milhões nos últimos anos.
Um grupo de dez promotores do Ministério Público paulista reabriu 15 inquéritos e trabalha em outros 30 já em andamento. O período em análise passa pelos governos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.
A locomotiva que puxava um suposto esquema de cartel com superfaturamento seria formada por gigantes mundiais do setor de sistemas e rodagem de trens e metrô. Segundo as denúncias que estão sendo apuradas, um grupo de 19 empresas combinava preços e vencedores em licitações do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em São Paulo.
Uma delas, a Siemens, fez um acordo de leniência – uma espécie de delação premiada – com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Para evitar punições, ela entregou como funcionava o esquema.
Com a formação do cartel as empresas que perdiam a licitação eram subcontratadas pelas vencedoras. Nesse jogo de perde e ganha quem sempre perdia era o contribuinte.
As investigações já descobriram que o preço acertado pelas empresas era 30% maior do que o de mercado. O dinheiro seria dividido entre políticos, dirigentes de estatais e lobistas.
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