Na primeira reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), realizada hoje (2) pela manhã, os treze representantes dos usuários (sindicatos e movimentos sociais) definiram-se a favor de eleições diretas para o processo de escolha dos conselheiros da sociedade civil do órgão, que deverá ocorrer em até 60 dias.
Durante a reunião também foram avaliados dados sobre a planilha de custos do transporte público da cidade, apresentada pela Prefeitura.
O encontro, realizado na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, aprovou o calendário das próximas reuniões, que debaterão o Plano Municipal de Mobilidade Urbana e o atual sistema de transporte.
Após a apresentação, os conselheiros iniciaram o debate sobre o melhor formato do conselho e sugeriram temas. “Nós temos que colocar o debate da prioridade do transporte público sobre o privado e do não-motorizado sobre o motorizado”, apontou Gabriel di Pierro, diretor do Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). “A expectativa é de que o conselho assuma a missão complexa de melhorar a qualidade de vida da população. A questão do transporte afeta as condições de vida, as condições de trabalho e as condições econômicas de São Paulo”, lembrou Mauricio Broinizi, representante da Rede Nossa São Paulo.
Credibilidade
No começo de julho, logo após o anúncio da criação do Conselho, representantes da sociedade civil ligados à questão do transporte público criticaram a presença excessiva do Executivo nas decisões e o caráter não deliberativo do novo órgão.
O líder do Movimento Passe Livre (MPL), Lucas Monteiro, por exemplo, declarou ao Mobilize: “O problema central é ser um órgão consultivo e não deliberativo; a população pode olhar, mas não pode deliberar sobre o modelo de gestão de transportes”. Com a aprovação hoje da eleição direta para representantes dos usuários, o que se espera é que o processo possa deslanchar e ganhar credibilidade, essencial para fazer melhorar a qualidade do transporte público.
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