Depois da onda de protestos contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, em junho, a presidente Dilma Rousseff desembarcará na próxima terça-feira na capital paulista para anunciar recursos para mobilidade urbana na cidade, que devem ser usados para a construção de novos corredores de ônibus, entre outras obras.
A divulgação da verba para projetos contemplados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana será uma tentativa de minimizar o desgaste político enfrentado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) – e pela própria presidente – com as manifestações.
Dilma deve anunciar também projetos de urbanização de assentamentos precários para as comunidades de Paraisópolis e Cantinho do Céu, ambas na zona sul da capital paulista.
O prefeito tem enfrentado protestos de grupos ligados à luta pela moradia, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), desde o início de sua gestão, em janeiro. Grupos de sem-teto saíram às ruas na periferia da cidade no mês passado para pedir mais moradias populares e acamparam em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo, no centro da cidade.
Haddad negociou no início deste mês com a ministra do Planejamento, Mirim Belchior, a destinação de pelo menos R$ 1,7 bilhão de recursos federais para mobilidade urbana, projetos de saneamento e de moradia popular.
Ao governo federal, Haddad pediu o aumento de 50% para 66% da contrapartida de recursos em obras do PAC Mobilidade, como a construção de corredores de ônibus. O prefeito quer que a prefeitura financie apenas 33% dos recursos para essas obras.
Haddad negociou com a presidente Dilma o aumento da participação de São Paulo nas obras do PAC em pelo menos duas reuniões, em fevereiro e em abril.
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