Conheça 12 soluções para desafogar o trânsito de Joinville-SC

Oito especialistas apontam propostas para desfazer os nós que amarram o tráfego nas ruas da maior cidade catarinense

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Fonte: Diário Catarinense  |  Autor: Raquel Schiavini  |  Postado em: 16 de julho de 2013

Trânsito na Avenida Santos Dumont, um dos gargalos

Trânsito na Santos Dumont, um dos gargalos de Joinville

créditos: Leo Munhoz / Agencia RBS

 

Sexta-feira, seis da tarde, chuva e tudo parado na rua 15 de Novembro. Pode ser também na Santos Dumont, rua Guanabara, na Dona Francisca... Difícil não pensar que o trânsito de Joinville precisa de solução urgente. Afinal, no ano passado, foi atingida a marca de 300 mil veículos emplacados para uma população de 525 mil pessoas.

Para oito referências em mobilidade consultadas pelo jornal “A Notícia”, há esperança para desafogar o trânsito da maior cidade do Estado. E para implantar algumas ideias, nem precisa de dinheiro. Basta uma mudança de comportamento. Das mais de 30 ideias sugeridas pelos especialistas, foram selecionadas 12.

A melhoria do transporte público foi citada por todos os especialistas. O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), Vladimir Constante, por exemplo, aposta em mais faixas e corredores exclusivos para ônibus, na implantação de binários, na modernização do sistema de semáforo, mas cita outras duas medidas que não precisam de recursos: educação para o trânsito e escalonamento de horários de funcionamento da cidade. Como os problemas de trânsito são concentrados em horários de pico, o presidente do Ippuj propõe a redefinição na escala de entrada e saída de funcionários das empresas no início da manhã, ao meio-dia e no fim da tarde, principalmente.

 

Para o diretor técnico-operacional do Instituto de Trânsito e Transporte de Joinville (Ittran), Ruben Neermann, é preciso qualificar o ambiente urbano e a infraestrutura.

 

"Uma boa cidade para se viver, sob a ótica da mobilidade, deve propiciar deslocamentos de pessoas e cargas em curto espaço de tempo", afirma o diretor técnico.

 

Taxa de mobilidade

Já o arquiteto Marcel Virmond Vieira faz uma proposta mais ousada, que é criar a taxa de mobilidade, dividindo os custos das melhorias com todos os habitantes. A ideia é compartilhada pelo colega Sérgio Gollnick, que também sugere a restrição do uso de carro, especialmente nas áreas mais sensíveis. Mas para isso, segundo Gollnick, são necessárias medidas de desenho urbano, uso do solo e planejamento de transporte que integrem atividades aos modos de deslocamento, do individual ao coletivo, até determinados limites territoriais.

 

Virmond também culpa o governo pela inexistência de programas, subsídios ou recursos para a prática de soluções sustentáveis.

 

O inglês radicado no Brasil Alan Cannell, engenheiro de transporte, cita as estações de embarque em nível para qualificar o transporte público e concorda com escalonamento de horários. O engenheiro também acredita que, para desatar os nós do trânsito, nada melhor do que conhecer bem onde eles estão, e os motoristas de ônibus são as pessoas mais indicadas para informar. "A partir dessa análise, os engenheiros de trânsito devem encontrar as soluções", diz.

 

Incentivo ao ônibus 

O diretor da Gidion Alcides Bertoli afirma que soluções como a duplicação da avenida Santos Dumont são necessárias, mas precisam vir acompanhadas do incentivo ao transporte de massa.

 

"Quando olhamos para as ruas e pensamos em duplicar, alargar para poder absorver mais veículos, os resultados são de curta duração", ressalta Bertoli.

 

O arquiteto Arno Kumlehn sentencia o que outros especialistas já falaram: a solução real só irá ocorrer quando se retirar o excesso de veículos das vias. Para atrair mais usuários ao transporte público, ele sugere desde a renovação da frota, climatização, até a redução das tarifas por meio de subsídios. Kumlehn ainda propõe estacionamento para veículos em terminais de integração, incentivo à carona solidária e sistema mais eficaz dos semáforos. Implantar o rodízio de placas em áreas de grande interesse de deslocamento também é uma de suas ideias.

 

E quem gosta de viver a cidade a pé ou de bicicleta? Mário Cezar da Silveira, arquiteto do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comde), defende justamente o conceito de “cidade para pessoas”, onde o planejamento deve ser pensado para elas, não para os carros. Ele argumenta que, pela projeção da frota de veículos, qualquer proposta pensando em investimentos em elevados e vias é inviável.

 

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