Aguardem: o pedágio urbano é inevitável

Prepare-se, motorista: para quem tem carro a cidade de São Paulo já é um inferno; e só vai piorar

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Fonte: Folha de S. Paulo  |  Autor: Gilberto Dimenstein*  |  Postado em: 08 de julho de 2013

O jornalista e educador Gilberto Dimenstein

O jornalista e educador Gilberto Dimenstein

créditos: Divulgação

 

Uma das boas consequências dos protestos pela melhoria dos transportes públicos foi o aumento de pressão contra os automóveis particulares - o que facilitou o anúncio da prefeitura de colocar mais corredores nas principais vias da cidade.

 

Prepare-se, motorista: para quem tem carro a cidade já é um inferno, e só vai piorar.

 

A população (e com boas razões) não quer mais impostos, afinal a carga é alta e se tem a sensação (correta) de que o dinheiro público é desperdiçado.

 

Mas o fato é que para melhorar o transporte público é necessário ter menos carros nas ruas (quase todos concordam). E para investir nas melhorias o dinheiro tem de sair de algum lugar (e não pode ser do aumento indiscriminado dos impostos). Mais sensato cobrar de quem usa a rua.

 

Mais cedo ou mais tarde, alguém vai ter a coragem, apoiado por segmentos expressivos da população, de propor o pedágio urbano, destinando 100% do que for arrecadado para a melhoria da mobilidade urbana. De quebra, serve como combate à poluição.

 

É daquelas ideias que hoje provocam horror nos políticos.

 

Mas, como vimos agora, o levante das ruas é capaz de mudar as ideias e apressar soluções.

Aliás, o aumento do imposto para quem consome gasolina (a Cide) já é um tipo de pedágio urbano camuflado.

 

O preço exorbitante dos estacionamentos também é pedágio urbano, com a diferença que o dinheiro vai apenas para empresários.

 

 

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. 




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