Uma das soluções apontadas por especialistas para diminuir o fluxo intenso de caminhões no sistema Anchieta-Imigrantes seria a construção de um ferroanel. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) disse que em três meses deve terminar o estudo para construir o trecho norte do ferroanel, mas não tem prazo para o começo da obra.
O traçado passaria por fora da capital, mais ou menos como o Rodoanel. O trecho sul da ferrovia vai de Ouro Fino paulista à Embu-Guaçu. O trecho Norte vai ligar a estação Perus da CPTM, em São Paulo, à Manoel Feio, em Itaquaquecetuba. Segundo o Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), o primeiro impacto do ferroanel sul seria no trânsito.
“Esse trecho conseguiria remover um grande número de caminhões que hoje saturam de forma intensa a Via Anchieta e a Via Imigrantes, principalmente com o trânsito de contêineres indo ou trazendo de Santos”, diz o diretor-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço.
Para o professor da USP, Rui Carlos Botter, a construção da linha para os trens de carga ajudaria a tirar mais veículos das ruas.“Em geral com um vagão você tiraria uma carreta e meia ou um eventualmente um bi-trem das ruas, então você reduz significativamente porque o vagão não vai rodar sozinho, ele vai rodar em comboio com 20, 30 até 40 vagões”.
Acredita-se que a partir de 2015 não será mais possível compartilhar carga e passageiro por dentro da região metropolitana de São Paulo, daí a importância de um anel ferroviário perimetral, o ferroanel.
Atualmente as cargas são levadas de madrugada ou fora dos horários de pico porque a prioridade é o transporte de passageiros. Diferente do trem de passageiro, o trem de carga é mais lento, mais comprido e mais largo. Por isso a plataforma é recuada e existe um vão maior na área de embarque. A CPTM diz que só vai conseguir melhorar o serviço ao passageiro na hora em que fechar os trilhos para os trens de carga.
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