A Prefeitura de São Paulo criou, desde o começo do ano, quase 60 km de faixas exclusivas para ônibus. No total, a cidade tem hoje 210 km de faixas. Os passageiros e especialistas aprovam a iniciativa e dizem que as faixas agilizam o caminho, mas, para eles, outros fatores têm que mudar para o transporte público ficar bom, como a qualidade do veículos e a superlotação.
“Precisamos de novos corredores e mais corredores. Nós temos muitos poucos corredores na cidade de São Paulo. E nós também temos que melhorar a qualidade de veículos”, fala o professor de transporte público da USP, Jaime Waisman.
Nas ruas João Rudge e Alfredo Pujol, na Zona Norte da capital, as faixas começaram a funcionar há um mês e estão agradando os usuários. “Acho muito importante, na verdade facilita bastante para nós trabalhadores que acordamos cedo, não corre risco de chegar atrasada, então facilita muito”, fala a operadora de turismo Camila Moreira.
A administração pública diz ainda que a meta é instalar, até 2016, 150 km de faixas exclusivas e mais 150 km de corredores de ônibus na cidade. “Hoje para você tirar um usuário do transporte individual para o transporte coletivo, os ônibus têm que andar no mínimo a 20 km/h e com ultrapassagem você pode criar serviços diferenciados, o parador, o semi-expresso e o expresso e aí você tem públicos diferentes”, orienta o consultor de engenharia de tráfego Horácio Figueira.
A faixa exclusiva da Avenida Engenheiro Caetano Álvares, também na Zona Norte, existe desde abril, mas os motoristas não respeitam as regras e trafegam pelo corredor. A infração rende multa de R$ 53 e três pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A responsabilidade de punir essas infrações é da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da SPTrans.
Os motoristas de ônibus dizem que a invasão dos carros atrapalha e quem anda de carro reclama que o caminho ficou mais estreito por causa dos ônibus ao lado. “As linhas, não de corredores, devem não passar nas avenidas para que não tenha nenhum conflito de interesse”, diz o consultor de engenharia urbana Luiz Célio Bottura.
A CET disse que este ano intensificou a fiscalização contra os motoristas que invadem a faixa exclusiva de ônibus. Segundo a companhia, de janeiro a abril deste ano, o número de multas cresceu mais de dez vezes comparado com o mesmo período do ano passado. A CET informou ainda que a fiscalização é feita por equipamentos eletrônicos, agentes da companhia e também fiscais da SPTrans.
Leia também:
Prefeitura de São Paulo estuda possibilidade de estatizar ônibus
Vencemos! Mobilize ganha o Prêmio Estadão PME
MP requisita documentos e planilhas sobre transporte público em SP