Aula pública sobre tarifa zero reúne cerca de 500 pessoas em SP

Evento foi realizado diante da Prefeitura em clima de absoluta tranquilidade. Mas foi prejudicado por falhas no som

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Fonte: Ag. Estado  |  Autor: Da redação / Mobilize  |  Postado em: 28 de junho de 2013

tarifa zero aula pública

Gregori fala ao público observado por Paulo Arantes

créditos: Michel Filho / O Globo

Em clima de absoluta paz o Movimento Passe Livre realizou ontem (27), em São Paulo, a Aula sobre a Tarifa Zero, com a participação do filósofo e professor aposentado da USP Paulo Arantes, e do ex-secretário de Transportes Lúcio Gregori

 

O evento aconteceu diante da sede da Prefeitura de São Paulo, com a presença de cerca de 500 pessoas, que enfrentaram dificuldades para ouvir as palestras em função de falhas no sistema de som. A transmissão ao vivo, pela internet, programada pelo MPL também acabou não acontecendo por causa de falhas técnicas.

 

O primeiro a falar foi Gregori, um dos idealizadores das discussões sobre tarifa zero nos anos 1990. Ele comparou o ônibus a outros serviços municipais já fornecidos com tarifa zero, como a coleta de lixo, a educação municipal e a iluminação pública. "Imagine se cada vez que alguém passasse embaixo de um poste tivesse de pagar?", perguntou.

 

Explicou que para viabilizar o serviço de ônibus a custo zero é fundamental incrementar a arrecadação da Prefeitura, sem aumentar a quantidade de impostos, mas principalmente taxando as grandes fortunas e os proprietários de muitos imóveis, o IPTU progressivo.

 

O ex-secretário citou cidades como Manchester, na Inglaterra, e Sidney, na Austrália, que tem zonas onde o ônibus é gratuito. A medida serve para estimular o transporte público. Na capital, segundo ele, isso poderia ser feito nos corredores de ônibus, que deveriam circular igual ao metrô, por sentido, de um terminal a outro. "A circulação de várias linhas pelo mesmo corredor confunde o usuário, atrapalha a eficiência do sistema e somente atende ao interesse das empresas, que querem colocar ali seus carros para faturar mais", comentou Gregori. Ele defendeu um modelo em que os ônibus fossem alugados pela Prefeitura, em vez de o pagamento aos donos dos coletivos ocorrer por passageiro transportado.

 

História das lutas sociais

Paulo Arantes enfrentou a falha no equipamento de som. O filósofo chegou a dar parte da aula usando um megafone - concorria com o som da festa da Copa das Confederações, que começou pouco depois das 18h30 no Vale do Anhangabaú.

 

Arantes falou sobre como se articulavam, em tempos pré-Facebook, os movimentos sociais do passado - como o por direitos civis nos EUA e as manifestações por abertura política da Alemanha dividida. "O que importavam eram os vínculos fortes de companheirismo em torno de uma causa real. É preciso que todos corram o mesmo risco."

 

Antes da aula, Arantes conversou com qualquer um que se aproximava. "Não dou entrevistas", disse, de um jeito simpático, antes de elogiar o ex-aluno Fernando Haddad mas, principalmente, o MPL, que passou pelo "quintal" do filósofo na USP.

* Com informações da Ag. Estado (Bruno Ribeiro e Nataly Costa)

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