Alckmin nega corte em investimentos para bancar redução de tarifa em SP

Governador de SP nega corte de investimentos após revogar tarifa. Ele diz ter pressa em receber recursos de financiamentos com a União

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Fonte: G1 São Paulo  |  Autor: Tatiana Santiago  |  Postado em: 26 de junho de 2013

A tarifa foi revogada na quarta-feira passada (19)

A tarifa foi revogada na quarta-feira passada (19)

créditos: Divulgação

 

Após a revogação do valor das tarifas de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (24) que não irá cortar nenhum investimento para bancar a revogação do aumento das passagens. A previsão é gastar mais de R$ 1 bilhão por ano com subsídios e gratuidades nos trens e Metrô. Apenas na manutenção da tarifa serão gastos R$ 210 milhões.

 

“Nós não vamos cortar nenhum investimento. Nós estamos estudando um conjunto de medidas na área do custeio, da eficiência, para poder chegar a esses valores, mas não queremos suprir nenhum investimento. Pelo contrário, vamos aumentar os investimentos na área da mobilidade urbana”, afirmou Alckmin. No entanto, ele não especificou a origem dos recursos necessários para a manutenção do peço da passagem.

 

Ao anunciar a revogação do aumento, Alckmin tinha afirmado que investimentos seriam cortados. "Um sacrifício grande, nós vamos ter que cortar investimentos porque as empresas não suportam, não têm como arcar com essa diferença", disse o governador na quarta-feira (19).

 

Novos recursos

O governador afirmou que tem pressa na obtenção de novos recursos para a mobilidade urbana e que conversará com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre três financiamentos do estado com a Secretaria do Tesouro Nacional. “Nós temos pressa, porque se aprovarmos isso agora dá tempo de passar pelo Senado ainda no mês de junho”, ressaltou.

 

A tarifa foi revogada na quarta-feira passada (19), mas só entrou em vigor nesta segunda-feira. O governo do estado de São Paulo vai desembolsar R$ 210 milhões para subsidiar os gastos com a redução do valor da tarifa do transporte público anunciada após uma série de protestos ocorridos durante este mês.

 

Alckmin também anunciou nesta segunda-feira que não irá aumentar o valor dos pedágios cobrados pelas rodovias privatizadas em todo o estado de São Paulo. Pelos contratos firmados entre o governo e concessionárias, o reajuste deveria ser aplicado a partir do dia 1º de julho.

 

"O reajuste não está sendo adiado por um ano. Ele está sendo cancelado. Nós estamos assumindo o custo disso por um ano", informou o governador. Ele negou que a medida seja populista. Segundo ele, a decisão foi tomada após 2,5 anos de um trabalho do governo estadual em torno dos contratos de concessão de longo prazo.

 

Subsídios no estado

Ao todo, o governo do estado deve gastar, por ano, mais de R$ 1 bilhão em subsídios e tarifa social em trens e no Metrô. Nesta conta foram considerados os R$ 210 milhões necessários para a revogação do reajuste anunciada neste mês, R$ 537,5 milhões de subsídios já previstos para a CPTM e outros R$ 274 milhões também destinados para bancar passagens gratuitas para passageiros do Metrô.

 

De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, a CPTM recebe recursos para manter a tarifa no mesmo valor para todos os passageiros, já que a companhia atende a população que mora ou trabalha em um dos 22 municípios atendidos pela rede, sem onerar o passageiro que mora mais distante do Centro da capital paulista.

 

O Metrô não recebia, até então, subsídios diretos para custear a tarifa, mas precisava de ressarcimento para garantir as gratuidades oferecidas a desempregados, idosos com mais de 65 anos e passageiros com deficiências.

 

Em 2008, os valores do ressarcimento por gratuidade ao Metrô foram de R$ 175 milhões. Em 2012, subiu para R$ 274 milhões. Os custos incluem, além do valor das passagens, folha de pagamento dos funcionários, energia, manutenção, limpeza, entre outros.

 

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