Uma comitiva de Amsterdã, na Holanda, está em São Paulo para mostrar como criar mais caminhos para os ciclistas da capital paulista. Amsterdã tem 800 mil habitantes e 500 km de ciclovias, que são percorridas por meio milhão de ciclistas todos os dias. Para a vice-prefeita de Amsterdã, Carolien Gehrels, São Paulo precisa investir em infraestrutura e ensinar as pessoas a usar as bicicletas todos os dias.
Amsterdã é considerada a melhor cidade do mundo para pedalar. Diariamente 40% da população de Amsterdã vai de bicicleta para o trabalho, 40% de transporte público e só 20% de carro.
As mulheres usam bota, sandália, bolsa e nada disso atrapalha. “Realmente gosto de descobrir a cidade de bike porque você pode ver os belos prédios e o jeito que as pessoas se comportam", diz Carolien.
Um cenário dos sonhos em qualquer cidade do mundo com problemas de mobilidade. “Minha primeira impressão é que vocês não são acostumados com as bicicletas no dia-a-dia, porque nós vamos assim [de bicicleta] para o trabalho, de segunda a sexta”, fala Carolien.
A vice-prefeita defende vias exclusivas que funcionem todos os dias. Ainda que seja preciso tirar espaço dos carros e investir em infraestrutura. Para ela, é preciso fazer com que as pessoas se acostumem com as bicicletas no trânsito. “Você vai precisar de pelo menos três coisas: boa infraestrutura, boas bicicletas e ensinar as pessoas a usar a bicicleta desde crianças, não só aos domingos, mas no dia-a-dia”, orienta.
Carolien gostou da ciclovia da Avenida Faria Lima, uma das poucas faixas permanentes da cidade. Ao todo São Paulo tem 60 km de ciclovia e 11 milhões de habitantes. “É um bom começo, tem mão dupla, continuidade, belos semáforos e é realmente distante dos carros e das linhas de ônibus. É ótima”.
Carolien diz que colocar as bicicletas na rua é uma questão de querer mudanças. “Mudar é difícil, mas eu acho que você precisa ser até um pouco radical, você precisa escolher a bicicleta, senão nunca vai acontecer”.