A presidente Dilma Rousseff afirmou, em pronunciamento nesta sexta-feira (21), que está ouvindo os movimentos populares pacíficos do País e garantiu que vai priorizar a elaboração doPlano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação e a vinda imediata de milhares de médicos do exterior para ampliar o Sistema único de Saúde (SUS).
Dilma disse que a energia que vem das ruas deve ser aproveitada para se fazer melhor e mais rápido o que ainda não se conseguiu fazer. "Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia. Os manifestantes têm o direito de questionar, propor, exigir mudanças, lutar por qualidade de vida e defender com paixão suas ideias", afirmou.
Presidente faz esclarecimentos sobre a Copa
A chefe do Executivo Nacional reservou uma parte do discurso para tratar da Copa. Destacou que o dinheiro para a construção dos estádios não saiu do orçamento da União. Consequentemente, conforme disse, não se deixou de investir em educação e saúde, por exemplo, por conta do evento futebolístico. Segundo ela, os investimentos nessas áreas foram até ampliados.
A presidente também destacou que o Brasil, país que participou de todas as copas, sempre foi muito bem recebido onde competiu e, por isso, precisa dar a mesma acolhida. Ela pediu que os hóspedes sejam tratados com respeito, carinho e alegria; em referência a situações de vandalismo pela qual passou a comitiva da Fifa. "O futebol e o esporte são símbolos de paz entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa".
Atos de vandalismo são condenados
A presidente condenou os atos de vandalismo, visto nos protestos Brasil afora. "Não podemos aceitar que uma minoria destrua o patrimônio público, incendeie carros, apedreje ônibus e leve caos aos centros urbanos".
Conforme disse, a violência pode manchar o movimento pacífico. Defendeu ainda que os órgãos de segurança coibam toda forma de violência e vandalismo. Dilma também garantiu que, com equilíbrio, serenidade e firmeza, irá garantir a liberdade, mas manterá a ordem.
"As manifestações trouxeram importantes lições. As tarifas baixaram e as pautas ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar para introduzir mais mudanças", afirmou.
Esforços serão somados
Durante o pronunciamento, Dilma reconheceu as demandas das manifestações no País, especialmente o combate à corrupção, escolas de qualidade, atendimento na rede de saúde adequado e transporte público de qualidade. Ela garantiu que conversará com o chefe dos outros poderes para somar esforços; além de dialogar com governadores e prefeitos para trabalhar a melhoria do serviço público.
Líderes de movimentos serão recebidos
Dilma disse que receberá os líderes das manifestações pacíficas, entidades sindicais, movimentos de trabalhadores e associações populares. "Precisamos de suas contribuições, de suas apostas no futuro, de suas capacidades de questionarem erros do passado e presente. Precisamos oxigenar nosso sistema político. Quero contribuir para ampla reforma política", disse.
Combate à corrupção será ampliado
A presidente afirmou que é preciso fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os representantes, de forma a possuir formas mais eficazes de combater a corrupção. Ela destacou que a Lei de Acesso à Informação deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas.
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