Enquanto São Paulo enfrenta protestos contra o aumento da tarifa de ônibus, cidades como Campinas (SP) e Londrina (PR) aproveitam a recente isenção de impostos federais para diminuir o preço da passagem.
O preço das passagens havia subido antes de 1º de junho, quando passou a valer a isenção de PIS e Cofins para as empresas de transporte coletivo. Em São Paulo, foi essa isenção que permitiu um reajuste abaixo da inflação do período, segundo a prefeitura.
Em Campinas (a 97 km de São Paulo), o preço vai cair dez centavos a partir do dia 30, quando passará dos atuais R$ 3,30 para R$ 3,20. O anúncio foi feito ontem pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), para quem o preço estava “bastante salgado”.
O prefeito disse que os empresários do setor apresentaram uma planilha de custos e reclamaram que a medida resultará em uma queda de arrecadação de R$ 870 mil mensais.
Mas negou influência dos protestos ocorridos em São Paulo. “Nós nos antecipamos”, afirmou. Uma manifestação agendada pelas redes sociais para o dia 20, no centro de Campinas, será mantida mesmo depois da redução da tarifa, segundo participantes.
“Dez centavos não mudam nada”, diz a estudante Bianca Squarisi, 22. “É a passagem mais cara do Brasil.” Em Bauru (a 331 km de São Paulo), a tarifa também foi reduzida. O valor, que havia passado de R$ 2,60 para R$ 2,90 em 1º de maio, caiu para R$ 2,80.
Paraná
No Paraná, ao menos três cidades anunciaram redução. Em Londrina (a 388 km de Curitiba), o novo valor -foi de R$ 2,45 para R$ 2,35- começou a vigorar nesta quarta-feira (12).
De acordo com a CMTU (companhia que gerencia o transporte coletivo), a redução corresponde ao repasse integral da isenção de PIS e Cofins. A empresa diz que estuda novas reduções devido à isenção da cobrança de ICMS sobre óleo diesel para transporte coletivo, assinada anteontem pelo governador do Paraná.
Em Ponta Grossa (a 119 km de Curitiba), o novo valor, R$ 2,50, começa a vigorar nesta quinta-feira (13) para usuários com bilhete eletrônico. O preço antigo (R$ 2,60) não muda para pagamentos em dinheiro. A medida visa estimular o uso do bilhete, que hoje é utilizado por 65% dos usuários.
Na cidade de Maringá (a 426 km de Curitiba), a passagem deve cair de R$ 2,65 para R$ 2,55 até domingo, segundo o diretor de comunicação da prefeitura, Marcos Zanatta.
A rede não integrada de transporte, que engloba 18 municípios da Região Metropolitana de Curitiba e é gerenciada pelo governo estadual, também terá redução de R$ 0,10 a partir de domingo.
A medida foi anunciada ontem pelo governador Beto Richa (PSDB). Os novos valores vão de R$ 2,40 a R$ 3,90, dependendo da linha.
No sistema de transporte da cidade de Curitiba, gerenciado pela prefeitura, não haverá redução de tarifa.
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