Com a possibilidade de tombamento do canteiro central da Avenida Afonso Pena como patrimônio de Campo Grande a ciclovia construída no local corre o risco de ser retirada. Por conta disto, o vereador Eduardo Romero (PT do B) e um grupo formado por ciclistas profissionais e amadores promovem um manifesto na próxima quinta-feira (feriado municipal de Santo Antônio) pedindo que a rota pra bicicletas seja mantida.
No entendimento do vereador e do grupo, a ciclovia não interfere de forma negativa na questão ambiental ou cultural da cidade.
O cicloturista José Albissu faz uso da ciclovia da Avenida Afonso Pena. Ele afirma que a rota possui falhas que precisam ser corrigidas, porém não concorda com a retirada da ciclovia. ‘Não concordo com a retirada da ciclovia porque apesar de que não tenha sido bem planejada ela é a que mais serve e facilita bastante o trânsito’, diz Albissu.
‘A ciclovia não permite outra coisa a não ser a interação do ciclista com a cidade, sentir o patrimônio histórico cultural de sua cidade. Além disso, não podemos perder 7 km de ciclovia e os R$ 147 mil investidos para construção que saíram dos cofres públicos da cidade’, pondera Eduardo Romero.
Conforme declarações do Conselho Municipal de Cultura, a possibilidade de retirada da ciclovia existe porque os estudos para tombamento da Afonso Pena começaram em 2009, portanto ainda não existia a ciclovia. Como ela não foi acrescida aos estudos posteriormente, pode ser que o local precise ficar no mesmo estado que no descrito no levantamento.
Na quinta-feira passada, 6 de junho, um ofício foi encaminhado para a 26ª Promotoria do de Justiça do Meio Ambiente, Habitação, Urbanismo e Patrimônio Cultural do Ministério Público Estadual solicitando que a ciclovia seja mantida no canteiro da Afonso Pena, isso porque o estudo foi solicitado por este órgão. ‘Somos a favor da preservação ambiental, mas vale ressaltar que a ciclovia consumiu dinheiro público que não pode simplesmente virar entulho. Além da questão financeira avaliamos que a ciclovia está proporcionando mobilidade segura aos ciclistas que já a adotaram como rota’, explica. O Executivo Municipal também recebeu o mesmo documento enviado à promotoria.
Leia também:
Respeite, um carro a menos no Rio
Câmara Municipal de Campo Grande participa do 'Dia de Bike ao Trabalho'
Em Campo Grande, prefeitura não pode cobrar 'taxa da calçada'