Trânsito e aeroporto falham em teste para Porto Alegre antes da Copa

Bloqueio de via gerou transtornos, enquanto neblina fechou Salgado Filho. Organização e segurança foram aspectos positivos do amistoso da Seleção

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Fonte: G1  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 11 de junho de 2013

Entrada da Arena do Grêmio

Entrada da Arena do Grêmio

créditos: Divulgação

 

A pouco mais de um ano para o início da Copa do Mundo, a infraestrutura de Porto Alegre para receber o megaevento da Fifa foi colocada à prova neste final de semana.

 

O amistoso entre Brasil e França, na Arena do Grêmio, vencido pelos brasileiros por 3 a 0, mobilizou a cidade e mostrou que a capital gaúcha está no caminho certo em alguns aspectos, mas que ainda há muito a evoluir em outros. Confira abaixo os principais erros e acertos.

 

Bloqueio congestiona trânsito

Os principais problemas ocorreram na infraestrutura de transportes e mobilidade urbana. Na sexta-feira (7), o bloqueio na Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio) durante toda a tarde para o treino da Seleção no CT do Parque Gigante gerou trânsito lento e congestionamentos na região, que acabaram se refletindo também em outras partes da cidade.

 

Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o bloqueio entre a Rótula das Cuias e a Avenida Padre Cacique foi solicitação da Brigada Militar, por questões de segurança. Como o CT do Inter fica em uma área considerada muito aberta, haveria risco de invasão de torcedores durante o treino, fechado ao público.

 

O presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, diz que o impacto do bloqueio na cidade foi maior justamente porque tanto a Edvaldo como a Padre Cacique ainda passam por obras para qualificar o acesso ao Beira-Rio, que será o palco dos jogos no Mundial. “O acesso ao estádio durante a Copa será completamente diferente. As obras no trecho vão garantir uma ligação mais rápida com a Zona Sul”, diz Cappellari.

 

Neste domingo, no entanto, não houve grandes problemas de trânsito no entorno da Arena do Grêmio (leia mais abaixo). Segundo o presidente da ETPC, mais de 200 agentes foram mobilizados em uma operação especial. “Serviu de teste para nós e a nossa avaliação foi bastante positiva. Tanto o acesso quanto a saída do estádio foram tranquilos”, avaliou.

 

Neblina fecha aeroporto por 14 horas 

A passagem da Seleção por Porto Alegre também evidenciou a necessidade de melhorias no Aeroporto Salgado Filho. Tanto no sábado (8) quanto no domingo (9), o terminal foi fechado para pousos e decolagens por causa da forte neblina. Como a Copa no ano que vem também será disputada entre junho e julho, é provável que essa condição climática se repita.

 

No sábado, o Salgado Filho ficou mais de sete horas fechado. No domingo, foram quase mais sete, entre as 3h da madrugada e as 10h da manhã. De acordo com a Infraero, pelo menos 34 voos programados sofreram atrasos neste domingo. Entre eles o que o trouxe o presidente da CBF, José Maria Marin, à capital gaúcha. Até as 10h30, pelo menos quatro voos também haviam sido cancelados.

 

A Infraero diz que, até o final do ano, o aeroporto deve receber o novo sistema de aproximação por instrumentos. A versão de categoria 1 do Instrument Landing System (ILS 1) deve ser substituída pela de categoria 2. O novo sistema irá reduzir o teto para pouso somente em 30 metros e 400 metros de visibilidade, garantindo operações em dias de neblina.

 

Acesso e saída são tranquilos, mas faltaram táxis ao final do jogo

Desde as primeiras horas da manhã, a movimentação já era grande nos arredores da Arena do Grêmio. O movimento foi se intensificando ao longo do dia, mas as mais de 50 mil pessoas que entraram no estádio não encontraram muitos problemas para entrar ou sair das instalações. O único aborrecimento foi a falta de táxis, recorrente em grandes eventos na capital.

 

As filas para entrar no estádio eram longas, porém andavam rápido. Houve demora para a troca do voucher pelo ingresso, cerca de meia hora na fila, mas sem incidentes. O funcionário público Giovani de Souza Lima gostaria de uma nova forma de validação do ingresso adquirido pela internet, sem a necessidade de troca nas bilheterias. “Poderia se imprimir um código, que passaria direto na catraca”, sugere.

 

Após a partida, registrou-se uma saída rápida do estádio. Em menos de dez minutos, a Arena estava vazia. As linhas especiais de ônibus formavam filas em frente ao local e, rapidamente, recolhiam os passageiros. Segundo a EPTC, na saída o movimento de veículos foi intenso nas vias A.J. Renner, Padre Leopoldo Brentano e Voluntários da Pátria, mas sem registros de congestionamentos.

 

A frota de 300 táxis colocada em operação, no entanto, foi insuficiente. Quinze minutos depois do jogo, já não havia mais veículos à disposição. Uma longa fila se formou à espera de táxi. Como a reposição foi mínima e lenta, formou-se uma fila gigantesca na Avenida Leopoldo Brentano. Houve, inclusive, um princípio de tumulto.

 

Uma hora após a partida, por volta das 19h, um grupo de torcedores “furou” a fila, levando um táxi antes de o veículo chegar na parada. Gerou revolta a reclamação. “Funcionou tudo na Arena. Mas a parte de transporte realmente ficou complicada. Estou há meia hora na fila e nada de táxi”, lamenta o professor universitário Alexandre Ramos, de 44 anos.

 

Operação especial garante segurança 

Outro aspecto positivo foi a segurança pública. Mais de 700 agentes da Brigada Militar e Polícia Civil foram envolvidos na operação em Porto Alegre, segundo o governo do estado. Até a noite deste domingo, nenhum incidente grave havia sido registrado.
O aparato de segurança deixou a seleção francesa confortável para fazer um passeio no Parque Moinhos de Vento, o Parcão. Vestida com uniforme de passeio, a delegação caminhou em torno do lago do local, por volta das 11h. Não houve qualquer tipo de isolamento. Tranquilos, eles ainda tiraram fotos com torcedores. Depois da caminhada, eles retornaram ao hotel, no mesmo bairro.

 

“Estamos nos empenhando ao máximo para oferecer ao público um bom espetáculo e mostrar que o Rio Grande do Sul tem todas as condições de sediar uma Copa do Mundo. Vamos oferecer ao torcedor e ao turista toda a segurança. Queremos que todos se sintam em casa”, comentou o governador Tarso Genro, por meio da assessoria de imprensa.

 

Uma marca negativa antes da partida foi a grande quantidade de ingressos falsos. Um homem foi preso após vender 15 bilhetes. Estava com R$ 225 e havia sido identificado por 10 torcedores que foram procurar o posto policial. Aliada a outra prisão de um flanelinha, procurado pela polícia, estas foram as únicas ocorrências registradas na 11ª DP até as 19h. O forte efetivo de policiais, aliás, foi alvo de elogios dos torcedores.

 

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