Altos impostos tornam bicicleta produzida no Brasil a mais cara do mundo

Produto caro inviabiliza políticas para uso das bikes como transporte. País produz 7 milhões de bicicletas/ano, mas capacidade é 50% maior, explica associação setorial

Notícias
 

Fonte: Bem Paraná  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 10 de junho de 2013

Bike cara X Mobilidade urbana

Bike cara X Mobilidade urbana

créditos: Divulgação

 

O alto custo das bicicletas produzidas no Brasil dificulta a comercialização e desestimula o uso da magrela como veículo de transporte. Essa é a opinião da Abradibi (Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas, Peças e Acessórios). 

 

Segundo a entidade, essa política tributária, ao onerar o setor, cria um obstáculo econômico e torna ineficazes os programas públicos de incentivo ao uso da bicicleta como meio de locomoção e estímulo a práticas saudáveis.

 

Enquanto em países como Estados Unidos e Colômbia a carga de impostos sobre a bicicleta é zero, no nosso país ela equivale a 40% do valor final do produto. “A bicicleta brasileira é a mais tributada do mundo”, comenta o presidente da Abradibi, Tarciano Araújo.

 

Produto caro 

A mobilidade urbana está na pauta do dia e mobiliza prefeituras e adeptos da bicicleta em torno da expansão de sistemas cicloviários. Mas esse movimento ainda não estimulou a cadeia produtiva de bicicletas no país, formada por dezenas  de montadoras e distribuidoras, além de milhares de varejistas.

 

“O excesso de impostos e o recente movimento do governo federal para restringir a importação de peças impedem o setor de crescer. Se não houver mudança nesse quadro, as montadoras brasileiras não vão se beneficiar da demanda por novas bicicletas”, avalia o presidente da Abradibi.

 

Segundo Araújo, assim como todos os países que produzem bicicletas de baixo valor agregado, a produção brasileira depende de peças vindas principalmente da China e Índia. Com as alíquotas de importação de  componentes como pneus e câmaras girando em torno de 25 e  35%, o produto final encarece. Isso dificulta a intenção de promover mais o uso da bicicleta como modo de transporte. 

 

“Precisamos ter um preço mais acessível para os trabalhadores e estudantes. A redução do valor das bicicletas é uma das condições fundamentais para permitir o uso do veículo voltado à locomoção para o trabalho e para a escola”, completa o presidente da Abradibi.

 

O mercado é responsável pela produção de 7 milhões de bicicletas/ano, mas com capacidade de produção 50% maior. Entre os cerca de 22 associados da Abradibi, fabricantes de bicicletas, distribuidores e atacadistas, o faturamento foi de R$ 2 bilhões em 2012.

 

A entidade estima que o mercado potencial do país gira em torno de  9 a 10  milhões de unidades/ano. “Com uma política competitiva de tributos, poderíamos até nos posicionar como polo exportador de bicicletas”, avalia o presidente da Abradibi.

 

 

Comentários

Emmanuel Marcel Favre Nicolin - 14 de Junho de 2013 às 09:12 Positivo 0 Negativo 0

Metade do preço se deve ao lucro das empresas que é estupidamente alto. EM outros países com impostos parecidos, as bicicletas são duas vezes mais baratas, como por exemplo na França.

eduardo - 13 de Junho de 2013 às 13:55 Positivo 0 Negativo 0

Enfim , todos querem impostos simbólicos...

Clique aqui e deixe seu comentário