Luta antiga da comunidade, a ciclovia na Rua Osni Ortiga, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, não tem data para sair do papel e virar realidade.
Segundo o secretário de Obras da Capital, Luiz Américo Medeiros, vai ser elaborado até o fim do mês um estudo ambiental para ser entregue à Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), que precisa dar o aval à construção. Depois disso, há outro desafio: conseguir os R$ 3,5 milhões necessários à obra.
Daniel de Araújo Costa, presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (ViaCiclo), diz que não faltam entusiastas da ciclovia na Osni Ortiga.
O prefeito (Dário Berger), o vice (João Batista Nunes), o secretário de Obras (Luiz Américo) e até o presidente da Fatma (Murilo Flores) já se mostraram favoráveis ao projeto. Mas parece um jogo de empurra-empurra muito grande. Está difícil para a gente identificar o verdadeiro empecilho que impede que a obra seja feita – apontou Daniel, que disse já ter sido atropelado na avenida.
Mobilização pela construção teve até abaixo-assinado
Segundo Luiz Américo, a ciclovia na Osni Ortiga vai ter três quilômetros e ligará a Avenida das Rendeiras ao trevo do Porto da Lagoa. A ideia é levantar os recursos por meio dos Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).
Atualmente, o projeto está na Secretaria de Obras porque a Fatma solicitou um Relatório Ambiental Preliminar (RAP). Em carta enviada ao blog Movimento Ciclovia na Lagoa Já (movimentociclovianalagoaja.blogspot.com) no dia 13 de junho, o presidente Murilo Flores ressaltou: “Volto a dizer que se trata de um estudo muito simplificado, mas ainda não foi entregue pela prefeitura à Fatma”.
De acordo com o presidente da ViaCiclo, a mobilização em torno da obra ganhou força em 2008, com uma manifestação que colocou mais de 200 bicicletas na rua.
Também foi feito abaixo-assinado e uma audiência pública para debater o assunto. E, em 2009, veio a notícia: a Osni Ortiga teria uma ciclovia.
"Vixe! Ouço que tem projetos de uma ciclovia aqui há 10 anos, quando me mudei pra cá", disse o autônomo Lucas Campos, 42 anos, que usa a bicicleta na região sem ver nem sinal de uma ciclovia passando por ali.