Em BH, campanha não inibe disputa entre pedestres e motoristas

Um mês após ação educativa "Pedestre, Eu respeito", número de atropelamentos se mantém estável em área hospitalar

Notícias
 

Fonte: O Tempo  |  Autor: Aline Lourenço  |  Postado em: 03 de junho de 2013

Muitos motoristas foram flagrados parados na faixa

Motoristas flagrados sobre a faixa: cena comum

créditos: Alex de Jesus

 

A cada dia, seis pessoas são atropeladas na capital. A média é de pacientes que deram entrada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, entre janeiro e abril deste ano, quando 778 pessoas foram atendidas, segundo a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

 

Para tentar mudar essa realidade, que pode ser ainda pior, já que não são contabilizados os atendimentos em todos os prontos-socorros da cidade, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) lançou a campanha “Pedestre. Eu respeito”. Mas, passado um mês do fim das ações educativas na região hospitalar, a primeira a receber o projeto, o número de vítimas da capital se manteve praticamente estável, e veículos e pedestres continuam disputando o espaço nas vias.

 

Na manhã de ontem, a reportagem do jornal O Tempo passou uma hora nas avenidas Alfredo Balena, Carandaí e Bernardo Monteiro, onde, só em abril, cerca de 60 mil folhetos com orientações a condutores e pedestres sobre responsabilidade no trânsito foram distribuídos pela BHTrans. Apesar da instalação de novos semáforos, os pedestres ainda são obrigados a correr para atravessar as avenidas e precisam desviar dos carros, muitos parados em cima das faixas preferenciais.

 

O aposentado Joaquim Tomé dos Santos, 77, teve que desviar dos obstáculos e correr para conseguir atravessar a Alfredo Balena, em frente ao Hospital das Clínicas, antes dos veículos arrancarem. “Os motoristas já começam a acelerar antes mesmo do sinal abrir”, reclamou. Há quatro anos, ele foi atropelado na avenida Afonso Pena, no centro, por uma moto, em uma situação parecida.

 

Atrás do volante, quem era flagrado parado em cima da faixa tentava justificar. “Eu achei que dava para passar, mas o semáforo ficou vermelho muito rápido”, disse o engenheiro André Toledo, 31, que atribuiu parte da culpa pelos acidentes aos pedestres que circulam fora do tempo permitido para a travessia.

 

Avaliação

Mesmo diante das reclamações, a BHTrans avalia como positivo o resultado das ações. “As pessoas estão parando espontaneamente para os pedestres. As dificuldades no trânsito tornam as pessoas mais solidárias”, disse o gerente de Educação, Humberto Rolo. No entanto, a empresa e a Polícia Militar não repassaram dados específicos da região que possam comprovar se houve redução no número de acidentes ou de multas aplicadas após as ações.

 

Ainda segundo a empresa, a segunda fase da campanha no local, já em andamento, seria focada na fiscalização pela Polícia Militar e Guarda Municipal. Mas, desde o fim da mobilização, apenas um militar fixo fica à tarde nos cruzamentos das avenidas Brasil e Francisco Sales. “Não temos condições de manter policiais em cada esquina”, alegou o tenente do Batalhão de Trânsito da PM, Rômulo Assis. A Guarda Municipal não divulgou o efetivo da região. 

 

Leia também:

Em BH, Sistema de transporte BRT é a única obra que deve desafogar o Centro até a Copa 

Projeto do metrô de Belo Horizonte recebe R$ 52,8 milhões da Caixa 

Assinatura de contrato de R$ 60 milhões para obras do metrô em BH é adiada 

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário