Em SP, ONG empresta bikes a quem não consegue pagar condução ao trabalho

Projeto do Instituto Mobilidade Verde já ajudou 46 moradores em situação de rua que conseguiram emprego a se locomoverem até o local de trabalho

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Fonte: Folha de S. Paulo  |  Autor: Vanessa Correa  |  Postado em: 24 de maio de 2013

Há 46 bicicletas emprestadas e 80 pessoas na fila

Há 46 bicicletas emprestadas e 80 pessoas na fila

créditos: Instituto Brasis

 

Como faz quem arranja um emprego, mas não tem dinheiro para condução antes de receber o primeiro salário? Empresta uma das bicicletas do Pedal Social.

 

Com o projeto, desde janeiro o Instituto Mobilidade Verde já ajudou 46 moradores em situação de rua, entre eles pessoas que vivem em ocupações de edifícios antigos do centro de São Paulo. É o caso de Benedito Santana, 48, que conseguiu emprego em uma lanchonete na avenida Paulista e usou uma das bicicletas do Pedal Social para chegar ao trabalho durante 30 dias.

 

O Pedal Social também é uma mão na roda para quem não pode abrir mão de parte do salário com transporte público.

 

                                                                                                                                        Instituto Brasis
O Instituto Mobilidade Verde já ajudou 46 moradores em situação de rua

 

Roberto Araújo, 26, mora em Paraisópolis e trabalha em uma empresa de entregas no centro. Como recebe apenas R$ 500 por mês, não tinha como gastar quase um terço do que ganha com ônibus (o valor da passagem está R$ 3 e aumentará em junho, como já anunciou a prefeitura). Agora ele volta para casa de bicicleta e seu salário vai mais longe.

 

Por enquanto a iniciativa atende moradores do centro e do Cambuci, na região central.

 

No centro, há 46 bicicletas emprestadas e 80 pessoas na fila. Por isso, as doações são bem-vindas, diz Robson César Correia de Mendonça, 64, presidente do Movimento Estadual das Pessoas em Situação de Rua de São Paulo, que coordena ali o programa.

 

No Cambuci, o projeto está começando. Segundo Lincoln Paiva, do Instituto Mobilidade Verde, o bairro foi escolhido porque a ideia era expandir "para regiões onde há cortiços". Segundo ele, as bicicletas são emprestadas especialmente para famílias que vivem com salário mínimo e precisam economizar o dinheiro da condução. Aos fins de semana, as magrelas ficam disponíveis para jovens e crianças. Lá, a coordenação é do Instituto Brasis.

 

Segundo Lincoln, o projeto começou com um levantamento em 2010. A ONG entrevistou moradores de ocupações do centro de São Paulo para saber qual era a maior barreira na hora de conseguir um emprego. Descobriu que arranjar um trabalho às vezes não era o mais difícil. "Uma parte desses moradores não conseguia dinheiro para a condução para ir no primeiro mês."

 

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