Apesar de o Centro de São Paulo concentrar 17% dos empregos da cidade e oferecer opção de metrô, trem e ônibus, a região não tem atraído muito moradores devido à falta de segurança e conservação pública. Menos de 4% da população da capital mora na região Sé. Na última década, a região conheceu, pelo menos, dois grandes projetos de revitalização da região, mas a prometida e desejada transformação ainda não aconteceu.
A Rua dos Gusmões é o endereço do chamado "mercado das drogas". Os traficantes fazem reunião no meio da rua até a chegada dos fregueses e não se intimidam com a presença da polícia. Há pouco mais de um ano, a ação do poder público prometia dar uma nova cara à Cracolândia. As ruas foram ocupadas pela Polícia Militar, mas aos poucos, os dependentes do crack foram voltando para a região.
Uma agência de propaganda foi atraída para região com a promessa de isenção de impostos, que nunca foi cumprida. “Era um projeto que estávamos envolvidos como cidadãos. Vemos o Centro como uma área nobre, uma área de cultura, confesso que ainda acredito nisso”, conta o publicitário Eduardo Kobbi.
A Associação de Amigos da Luz e Santa Efigênia diz que os moradores do Centro precisam, a curto prazo, de planos mais modestos e viáveis como restauração de calçadas, iluminação pública e coleta de lixo.
Lixo no centro: prefeitura reconhece o problema
O secretário de Serviços da Prefeitura, Simão Pedro, disse ao SPTV nesta quarta-feira (22) que reconhece que a situação do lixo é grave em algumas ruas do Centro e disse que vai cobrar imediatamente o aumento da varrição, da coleta e da fiscalização. A Prefeitura disse que a agência de publicidade não recebeu as isenções porque não cumpriu todas as exigências do acordo.
Apesar dos problemas, o chef de cozinha francês, Olivier Anquier, escolheu morar na região. Ele diz que o Centro lembra Paris e se sentiu atraído pela diversidade de serviços quando chegou ao Brasil. “Sempre sonhei um dia morar aqui. Para mim, o melhor lugar para se viver em São Paulo é no Centro pela facilidade de atingir qualquer ponto da cidade num tempo recorde por metrô, ônibus ou carro”.
Anquier diz que é importante valorizar a história da cidade, que está concentrada nos bairros do Centro. “Não existe evolução sem valorização do conhecimento”.
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