No dia 2 de abril, o acidente com o ônibus que despencou do viaduto Brigadeiro Trompowski, caindo de uma altura de dez metros na Avenida Brasil e deixando oito mortos, chamou a atenção do país para a situação da segurança no transporte público. Desde o início de abril, em menos de dois meses, pelo menos 14 pessoas já morreram em acidentes envolvendo ônibus no Rio de Janeiro.
O acidente do dia 2, que segundo as testemunhas resultou de uma discussão entre motorista e passageiro, foi uma tragédia anunciada. Quem costuma pegar ônibus sabe que as condições do transporte coletivo no Brasil em geral não são as melhores. Atrasos, superlotação, veículos mal conservados, frota menor que a demanda, desrespeito.
Todos esses problemas passam por questões de interesses políticos e econômicos envolvidos, mas desembocam também em outro velho e conhecido motivo de conflito: nossas ruas estão abarrotadas de carros que, em sua maioria, transportam apenas uma pessoa. O resultado são congestionamentos quilométricos que custam algumas horas diárias a todos que se deslocam, além de aumentarem os riscos de novas tragédias.
Segundo dados do DPVAT (o seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), nos últimos quatro anos houve um aumento de 43% no número de seguros pagos a famílias de pedestres que morreram em acidentes com ônibus, micro-ônibus e vans no estado do Rio. A recorrência e o aumento preocupam também a Prefeitura, que já anunciou novas cobranças às empresas de ônibus, como um treinamento de reciclagem aos motoristas e a demissão daqueles que forem condenados ou flagrados cometendo infrações graves.
Ainda assim, pedestres, passageiros e ciclistas continuam sendo o lado mais vulnerável dessa briga. O interessante, porém, é que parte da solução para o problema parte de um compromisso que é o mesmo para todos: dentro de um carro ou fora deles, basta responsabilidade. Seja consciente!
Este texto foi publicado originalmente no site The City Fix Brasil.
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