Baixada Santista: acidentes com ciclistas ainda preocupam

Mesmo tendo reduzido o número de acidentes com bicicletas, as cidades do litoral paulista não deixam de enfrentar problemas com o desrespeito de motoristas

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Fonte: A Tribuna  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 14 de maio de 2013

Acidente entre automóvel e ciclista

Acidente entre automóvel e ciclista

créditos: Luigi Bongiovanni

 

Apesar de ser uma das regiões do estado de São Paulo que mais investem em ciclovias, e de ter reduzido consideravelmente o número de mortes de ciclistas, as fatalidades continuam ocorrendo. Ora por desrespeito dos motoristas de automóveis, ora por erro dos próprios condutores das bicicletas.

 

De acordo com levantamento feito pelo jornal A Tribuna, somados, 386 acidentes com ciclistas ocorreram nas cidades de Santos, Guarujá e Praia Grande em 2012. O número é quase 12% menor do que o registrado em 2011 (438) e cerca de 39% inferior ao de 2010 (632) nos mesmos municípios. 

 

Por outro lado, o número de mortes no trânsito envolvendo condutores de bicicletas tem oscilado. Enquanto em 2010 sete pessoas faleceram sobre o selim, no ano seguinte esse número cresceu para 13. Em 2012, houve nova queda: nove vítimas fatais nas três cidades. 

 

Para o presidente da Associação Brasileira de Ciclistas, Jessé Teixeira Felix, a redução do número de acidentes com ciclistas na região deve-se ao fato de algumas cidades da Baixada estarem se equiparando à Europa em termos de ciclovia. 

 

“Santos, por exemplo, tem uma ciclovia muito inteligente. A da Avenida Afonso Pena passa por 18 bairros do Município. É muito compacta”, diz Jessé. “Já em Guarujá, na Avenida Ademar de Barros, era terrível. Tínhamos muitas bicicletas e, consequentemente, diversos acidentes. A partir da inauguração da ciclovia naquele endereço, não tivemos a morte de mais nenhum ciclista”, comemora o presidente da associação. 

 

Para Felix, no entanto, nem tudo é motivo para celebração. Independentemente dos índices de acidentes estarem abaixando, há muito para se fazer. “Mongaguá, Peruíbe, Itanhaém e São Vicente podem melhorar essa questão. Precisam pensar mais nas pessoas que utilizam bicicletas para ir ao trabalho durante a semana e não somente para passeios de final de semana na orla”.

 

Se fazer visto

Integrante do Pedal Noturno, Rafael Rizzato diz que acidentes entre automóveis e ciclistas fora das ciclovias ocorrem, em sua maioria, por falta de educação no trânsito das duas partes. “As tragédias têm 80% de responsabilidade e 20% de fatalidade. Os motoristas não costumam respeitar os ciclistas, mas muitos usuários de bicicletas guiam na contramão ou cometem outros erros”. 


Na opinião de Rizzato, os governos devem criar medidas de orientação aos ciclistas. “Explicar aquilo que é o certo, qual é a posição de segurança. É preciso fazer campanhas audiovisuais e circuitos de palestras nas escolas. Espalhar placas e distribuir gibis não apresenta resultados relevantes”. 

 

Ampliação

Atualmente, juntas, Santos, São Vicente, Cubatão, Praia Grande e Guarujá possuem 167 quilômetros (km) de ciclovias. Há previsão de construção de mais 38 km. Praia Grande, com 79 km, é a cidade com maior infraestrutura cicloviária da região e uma das mais extensas do País. Santos, com 32 km e previsão de construção de mais 3.960 metros, é o segundo do ranking litorâneo. 

 

Guarujá é a terceira da Baixada Santista com maior espaço destinado aos ciclistas: 27 km. Em breve, a Prefeitura pretende inaugurar mais 4.060 metros de ciclofaixa na Avenida Cruzeiro do Sul. 

 

São Vicente está em quarto lugar, com 23 km de ciclovia – a Prefeitura não informou se tem projeto para ampliar o espaço para os adeptos das bicicletas. Já Cubatão, com apenas 6 km atualmente, pretende construir mais 30 km de ciclovia em suas ruas.

 

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