Entre as obras previstas para a Copa do Mundo de 2014, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), orçado em aproximadamente R$ 1,4 bilhão, é a terceira mais cara do país.
O metrô de superfície fica atrás, somente, do monotrilho de 17,7 km que está sendo construído em São Paulo (R$ 3,1 bilhões) e do BRT Transcarioca, de 28 km, no Rio de Janeiro (R$ 1,8 bilhão).
Mesmo com tamanho custo, as obras estão atrasadas mais de seis meses. O relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que está concluído 14,18% da construção, enquanto o ideal, na análise do TCE, devia ser 50%.
Dado ao tempo exíguo, complexidade e obstáculos encontrados no caminho (no sentido literal da palavra) para a viabilização do empreendimento, as chances do 'bonde moderno' não ficar pronto até a Copa aumentam a cada dia.
Projetado para ter 22 km de extensão e atravessar por regiões centrais de Cuiabá e Várzea Grande (separada por uma ponte da capital mato-grossense), o modal - incluso na Matriz de Responsabilidade da Fifa, ou seja, está entre as obras que precisam estar prontas até o Mundial - é apresentado pelas autoridades e especialistas de transporte como a solução para desafogar o caótico trânsito das cidades.
Apesar da importância justificada, as obras do VLT só começaram a sair do papel, de forma tímida, há 60 dias.
Nesta fase dos trabalhos, estão sendo feitas a construção da estrutura inicial de viadutos, estudos de prospecção arqueológica e abertura de canteiros por onde o trem deverá passar. Nas áreas a serem abertas, centenas de imóveis deverão ser desapropriados, e este é um dos problemas enfrentados que geraram atraso.
No dia 3 de maio passado, o juiz Roberto Teixeira Seror, da 5ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu a demolição de um conjunto de 15 imóveis localizados no centro da Cuiabá, que seriam derrubados para a passagem do VLT. O argumento é que os imóveis não podem ser demolidos, pois são tombados pelo patrimônio. Este é só um exemplo das dificuldades que atravancam a obra do VLT.
Há também o caso de moradores que têm se negado a abandonar os imóveis, sob alegação de não possuírem garantias de que serão indenizados pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), conforme prometido.
Para agilizar o processo de construção VLT, o governo do Estado realizou licitação - por meio de Regime Diferenciado de Contratação, que dispensa a apresentação de projetos de irem a detalhe.
O atraso nas obras do VLT começaram com a indecisão do governo em definir o tipo de modal que deveria ser implantado para o evento futebolístico. De início, o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), havia decidido que a melhor opção para seria o BRT (Bus Rapid Transit). Foram cinco meses de discussões até a escolha do VLT.
Agora, e apesar das incertezas, a Secopa garante que até maio do ano que vem o VLT estará concluído. Os 100 km de trilhos começam a chegar em junho e os vagões, em agosto.
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