Apesar da queda de incidentes envolvendo pedestres, a cidade registrou 403 mortes por atropelamento entre os dias 11 de maio de 2012 e 28 de fevereiro de 2013 – o que representa mais de uma morte por dia.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), esses números representam uma queda de 20,4% do número de óbitos se comparado ao período entre 11 de maio de 2010 e 28 de fevereiro de 2011, antes do início do programa, quando foram contabilizadas 506 óbitos nessa categoria.
Se restringirmos a análise somente à 1ª Zona de Máxima Proteção ao Pedestre (ZMPP), no centro da capital, os óbitos de pedestres apresentaram queda de 44,1%. Foram 34 mortes de pedestres atropelados contra 19 quando o Programa já existia há pelo menos um ano.
A CET pesquisou ainda quantas mortes em acidentes de trânsito aconteceram em toda a cidade nos meses de janeiro e fevereiro de 2013: foram 146, das quais 61 eram pedestres. Os dois primeiros meses do ano são considerados pela companhia como os menos fatais. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 32,4%, ou 70 mortes.
Vilões do pedestre
Segundo a pesquisa, apesar de 83,3% dos pedestres atravessarem na faixa, um em cada quatro faz a travessia “se distraindo com o aparelho celular enquanto caminha”. De acordo com o estudo, as atitudes foram observadas em pedestres na área delimitada pelo centro expandido até a avenida Paulista. De uma amostra de 18.353 pedestres, 4.368 pessoas utilizavam o aparelho telefônico móvel para digitar, falar ou ouvir.
De acordo com a CET, no horário de pico da manhã, das 7h30 às 9h30, os pesquisadores observaram, durante quase três meses, o comportamento de 13.969 pedestres em seis locais distintos e concluíram que 83,3% fazem a travessia na faixa, porém, alguns erros ainda são cometidos.
Segundo a pesquisa, o pedestre, de maneira geral, não aguarda o semáforo ficar verde atravessar em locais onde o fluxo de veículo não é muito intenso. A taxa de obediência ao semáforo pelo pedestre é relativamente baixa (cerca de 30%). De uma amostra de 40.909 pedestres colhida em sete cruzamentos, apenas 29,4% obedeciam ao foco semafórico favorável à travessia.
A maior obediência à faixa de travessia ocorreu no cruzamento da avenida Ipiranga com a rua Santa Ifigênia, na região central. Já a menor obediência ocorreu na interseção das ruas Riachuelo com Quintino Bocaiúva, também no centro. Já a maior obediência ao semáforo ocorreu no cruzamento das ruas Haddock Lobo e Luís Coelho e a menor obediência se deu no cruzamento da avenida Paulista com a rua Augusta.
Fiscalização redobrada
A CET informou que vai redobrar a fiscalização ao motoristas que desrespeitarem a faixa de pedestre. A nova ação será iniciada na próxima segunda-feira e contará com o trabalho efetivo de 1.854 agentes de trânsito. Segundo a prefeitura, a fiscalização redobrada ocorrerá em 53 corredores monitorados através de rotas operacionais.
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