São Paulo: leitor sugere rodízio em toda a cidade

Proposta prevê revezamento em quatro horários, seis dias por semana

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 23 de abril de 2013

 

Mesmo com o rodízio de veículos, adotado em 1997, o trânsito continua parando nas ruas e avenidas de São Paulo, durante todos os dias da semana. A situação agrava-se aos sábados, quando o rodízio é suspenso e as ruas são invadidas por centenas de milhares de carros, especialmente nos bairros e áreas periféricas da cidade.

 

Como resposta a esse desafio, o leitor Eduardo Britto, que é jornalista e editor do portal ZN na Linha (www.znnalinha.com.br) enviou a sugestão de uma nova modalidade de rodízio, para toda a cidade de São Paulo e não apenas para o chamado "Centro expandido". Hoje, o rodízio esá restrito à região delimitada pelas vias que formam o pequeno anel viário da cidade: Marginal do Rio Tietê, Marginal do Rio Pinheiros. av. dos Bandeirantes, av. Afonso D' Escragnole Taunay, Complexo Maria Maluf, av.  Presidente Tancredo Neves, av. Juntas Provisórias, viaduto Grande São Paulo, av. Luís Inácio de Anhaia Melo e av. Salim Farah Maluf.


Eduardo Britto sugere que o novo rodízio valha para todos os 18 mil km de vias, da seguinte forma:

 

1. Mantém-se o atual horário do rodízio , das 7 às 10h e das 17 às 20h.

 

2. O rodízio passaria a funcionar na cidade inteira, e não apenas no centro expandido. 

 

3. No período da manhã, das 7h às 8h30 rodariam os carros de placa par. Das 8h30 às 10h rodariam somente os carros de placa impar. 

 

4. No periodo da tarde, o mesmo raciocínio: metade da frota (placa par) roda por uma hora e meia,  e a outra metade (placa impar)  roda na outra hora e meia. 

 

Como benefícios, Britto avalia que durante 3 horas pela manhã, e durante 3 horas à tarde, as ruas ficam apenas com metade da frota circulante. A mudança permitiria que as empresas pudessem acelerar os seus processos de horário móvel para os funcionários, cada um adaptando-se ao seu horário de rodízio.

 

Todos poderiam aproveitar a sua hora e meia "livre" numa cidade com metade da frota, conseguindo se deslocar com muito mais facilidade. Como complemento, Britto sugere que as autoridades estimulem descontos nos preços de estacionamentos, para que os carros de placas impedidas de circular durante aquela hora e meia possam pagar um preço simbólico, algo como R$ 2,00 ou R$ 3,00.

 

Solução: transporte coletivo

O engenheiro Horácio Figueira, especialista em Transportes, considerou interessante a proposta, mas vê dificuldades para a adequação das pessoas aos novos horários. 

 

Em cálculo rápido, Figueira mostra que, pelo menos na área central da cidade, a nova rotina não traria benefícios ao trânsito:

 

 

Rodízio atual:

Frota autorizada (em tese) = 80%

Período = 3 horas

Média por hora (supondo distribuição uniforme) = 80/3 = 26,67% por hora em média.

 

Rodízio proposto:

Frota autorizada (em tese) = 50% (em cada período)

Período = 1,5 horas

Média por hora (supondo distribuição uniforme) = 50/1,5 = 33,33% por hora em média.

 

Como conclusão, Horácio Figueira estima que no Centro Expandido haveria um aumento de 24,9% (33,33 / 26,67 = 1,249) no número de veículos em circulação. 

 

Por fim, Figueira sugere que a solução para o tráfego é a abertura de espaços para a circulação do transporte coletivo: "Não precisamos restringir a demanda de automóveis e sim aumentar já a oferta de ônibus, com faixas exclusivas e corredores funcionando em período integral, e não apenas nos momentos de pico como estão fazendo. A iniciativa da Prefeitura é boa, mas ainda é tímida".

 

 

 

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