A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) homologou o resultado da licitação para execução de obras do primeiro trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VTL), ligando Barreiros, em São Vicente, até a Estação de Transferência Conselheiro Nébias, em Santos.
Como não houve recurso até a expiração do prazo legal – às 17 horas da última sexta-feira – o vencedor da concorrência foi o Expresso VLT Baixada Santista, consórcio formado pelas empresas Construtora Queiroz Galvão S.A. e Trail Infraestrutura Ltda. Participaram da licitação cinco consórcios. A proposta ganhadora foi de R$ 313.505.850,90. A previsão é de que os trens comecem a operar em julho de 2014.
Nos próximos dias, será assinado o contrato para dar início às obras de implantação da primeira etapa, que começará no próximo mês. O trecho prioritário, de 9,5 km, terá condições de atender até 70 mil passageiros por dia útil. Já foram contratados 22 vagões. Cada um terá capacidade de transportar até 400 pessoas.
O segundo trecho, Porto - Conselheiro Nébias - Valongo, encontra-se na fase de licenciamento ambiental e as obras estão previstas para serem iniciadas em julho de 2013, com conclusão prevista para julho de 2014. A demanda estimada nos dois trechos é de 70 mil usuários/dia útil.
Em relação aos Veículos Leves Sobre Trilhos, o cronograma prevê que o primeiro deverá ser entregue em junho de 2014. A previsão é de que a entrega de todos os veículos esteja concluída até maio de 2015.
Ponto polêmico
Apesar da EMTU garantir a entrega do segundo trecho do VLT em julho de 2014, quatro sítios arqueológicos localizados no Centro de Santos poderão prorrogar o tempo de instalação por período indeterminado.
De acordo com o arqueólogo Manoel Matheus Gonzalez, há quatro pontos subterrâneos entre a Avenida Conselheiro Nébias e o Terminal do Valongo. O cemitério da segunda igreja da Santa Casa de Santos, na Praça Mauá; a Galeria Nossa Senhora do Desterro, na Rua do Comércio; e o cemitério do Santuário do Santo Antônio do Valongo estão registrados como sítios arqueológicos no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O quarto, uma oficina antiga de embarcações na Rua Marquês de Herval, deverá ser registrado ainda esta semana.
Uma portaria publicada no Diário Oficial da União dá ao arqueólogo Manoel MateusGonzalez a permissão de pesquisar esses sítios antes de qualquer pessoa ou empresa.
Em entrevista ao jornal A Tribuna, na última quarta-feira, ele informou que está amparado por uma lei municipal que determina que qualquer empresa ou arqueólogo que venha trabalhar no Centro de Santos, comunicar previamenteo Ministério Público Estadual (MPE) e o Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas do Núcleo de Pesquisa e Estudo em Chondrichthyes (Nupec/Cerpa), que é de propriedade de Gonzalez.
”Quero deixar claro que não sou contra o desenvolvimento e o VLT, mas, infelizmente, grandes empreendimentos do Município estão destruindo nosso patrimônio. É preciso fazer esse alerta”, frisou.
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