Protelar já tinha virado verbo recorrente quando a pauta era o metrô de Porto Alegre. Atrasar agora entrou oficialmente no vocabulário.
Terminado o prazo de 60 dias para a análise dos dois projetos oferecidos à prefeitura, o grupo técnico que avalia as propostas pediu mais tempo para escolher a melhor. Com isso, o início das obras, antes anunciado para entre julho e setembro deste ano, ficou em aberto.
"Pela complexidade do projeto, não dá para fixar um prazo. Precisa de uma análise mais aprofundada", justifica o secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt.
A sucessão de prorrogações já tinha começado no período de apresentação das Propostas de Manifestação de Interesse (PMI), inicialmente fixado em 12 de novembro, depois transferido para 10 de janeiro e finalmente concretizado em 7 de fevereiro. Duas foram apresentadas: uma pelas empresas brasileiras Odebrecht e Invepar, outra pela espanhola Bustren.
Cabe a uma comissão composta por representantes das secretarias municipais de gestão (SMGes), da Fazenda (SMF), Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da Procuradoria-Geral do Município (PGM) escolher a vencedora.
A proposta escolhida passará por audiência pública e só então será publicado o edital de licitação para execução da obra. Para que a construção se iniciasse até setembro, tudo isso deveria ocorrer ainda no primeiro semestre, mas Schmitt já admite que o cronograma vai mudar:
"É um tempo necessário para a maturação e entendimento da PMI. Somente na hora que estiver concluída essa parte é que vai dar para fixar um novo cronograma", declarou o secretário.
Um dos pontos centrais da avaliação é a forma de escavação dos túneis. Há duas possibilidades de execução: via sistema cut and cover (cortar e cobrir) e via máquina shield, também conhecido como tatuzão. A segunda tem menos impacto na cidade, mas precisa se encaixar na "modelagem financeira" do projeto, segundo o secretário.
Com um trajeto de 14,88 km e 13 estações, o metrô de Porto Alegre está orçado em R$ 2,4 bilhões. A expectativa é que entre em operação em 2017.
Prioridades do RS
Em 2009, Zero Hora convidou a população a votar quais, dentre 15 grandes projetos, eram os mais importantes para o Estado. O sistema de trens subterrâneos foi eleito um dos três Projetos para o Rio Grande, ao lado da duplicação da BR-386 e da construção de uma ponte entre Brasil e Argentina. O jornal se comprometeu a acompanhar todos, até sua conclusão.
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