O encantamento de uma criança diante de sua primeira bicicleta marca uma fase da vida. No caso de Bruno Antonio Caloi Jr., a relação emocional com as bikes está gravada em toda a sua existência. Bisneto do fundador da Caloi, o empresário ajudou o pai a transformar a empresa familiar em uma das 10 maiores fabricantes do produto no mundo em tempos áureos, mas tomou outro rumo após a venda da companhia, que ocorreu em 1999.
Caloi voltou ao setor em 2009, quando fundou a Tito Bikes, uma fábrica de dimensões bem menores em comparação com a gigante que pertenceu a sua família. “Vários fatores contribuíram para a venda da empresa.
Naquela época, a bicicleta tinha virado um produto banal, eram todas iguais. Em 2008 percebi que o mercado estava mudando e vi o potencial dele”, diz.
Com respaldo de quem tem uma vida profissional inteira dedicada ao assunto, endossada por 20 anos de trabalho na Caloi e em outras empresas do setor na Europa e Estados Unidos, Tito adotou em seu retorno a estratégia que fez a empresa familiar obter destaque: inovação.
“Nossa inspiração é o mercado de computadores. Todos eram iguais, independentemente da marca, até a chegada da Apple. É nisso que penso quando estamos desenvolvendo um novo produto”, explica.
Bom estrategista, ele firmou parceria com grandes clubes de futebol de São Paulo e Rio de Janeiro para fabricar modelos licenciados. “Procuramos ter elementos que agreguem valor ao produto. O consumidor de hoje é mais exigente. O design, principalmente, tem que encantar”, explica. Da concepção à fabricação, tudo na empresa é feito no Brasil. “É mais fácil comprar componentes fora do País, mas se você quer entrar no mercado, tem que se diferenciar de alguma forma”, analisa.
Na empresa de Tito, a preocupação com cada detalhe do processo fica evidente. “Quando a gente estava fazendo a My Bike, um modelo infantil, pensamos nas necessidades da criança não só com a segurança, mas também com a magia e a parte lúdica e por isso incluímos um porta-boneca. O lançamento chegou a atrasar 6 meses por conta da dificuldade em encontrar pneus brancos”, conta o empresário.
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