A população aderiu e o sucesso do primeiro dia das ciclovias móveis, no último domingo, foi um dos assuntos mais comentados, nesta segunda-feira, nas ruas do Recife e nas redes sociais. Até quem não tinha o hábito do uso da bicicleta, muitas vezes por medo de andar nas ruas da cidade sem uma faixa exclusiva, participou. Mas o projeto provocou também outra discussão. A criação de ciclovias fixas, que possam ligar várias regiões do Grande Recife.
Principalmente para quem usa a bicicleta como meio de locomoção diário, a instalação de ciclovias e ciclofaixas seria a melhor saída para a mobilidade na Região Metropolitana (RMR). Muitos citam o fato de o Recife ser uma cidade fácil para esse tipo de projeto.
Além da criação de novas ciclovias, outros problemas precisam de solução. A ciclofaixa da Avenida 21 de Abril, em Afogados, e a ciclovia da Avenida Boa Viagem, não são os únicos casos de abandono e falta de manutenção.
Faltam cuidados também em locais como a Avenida do Forte, no Bongi e falta continuidade da ciclovia da Rua da Aurora, em Santo Amaro.
O arquiteto César Barros já fez vários estudos sobre as possibilidades da implantação de ciclovias, para atender a RMR. “É simples. Não precisa dessa burocracia, fazer projetos longos, contratar empresas para pensar sobre o assunto”, disse. “O problema da mobilidade não tem volta”, citou.
Para César Barros, que foi presidente da Empresa de Urbanização do Recife (URB), a cidade deve ser olhada como um todo. “É preciso entender que o Grande Recife já possui um mapa que facilita a instalação das vias exclusivas para a bicicleta.”
Um projeto criado por ele mostra que já deveriam ter sido instaladas ciclofaixas para atender desde Jaboatão dos Guararapes, ao Sul da RMR, até o Terminal Integrado da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. Em outro projeto, a ciclofaixa uniria a Zona Oeste, seguindo de Camaragibe a Paulista, ao Norte da RMR. passando pelo Centro do Recife.
“A Avenida Norte, por exemplo, é uma via que já está pronta para isso. Se você observar, ela é formada por duas placas de cada lado. E uma mais estreita, nos dois sentidos. Ali, poderia servir como ciclovia”, disse. O engenheiro Daniel Valença concorda. Ele é integrante do grupo de ativistas Cicloação. “É urgente a implementação de uma faixa exclusiva na Avenida e Rosa e Silva e outra na Avenida Rui Barbosa, por exemplo.”
O secretário de Mobilidade e Controle Urbano da Prefeitura do Recife, João Braga, informou que existem projetos para a construção de 76 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas nos próximos quatro anos. “Os estudos já começaram e devem ficar prontos em seis meses”, explicou.
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