Esse levantamento será feito a partir da primeira Pesquisa de Mobilidade, que começará a ter os dados coletados a partir desta terça-feira (26).
Durante quatro meses, pesquisadores visitarão quatro mil imóveis da cidade paulista, para a abordagem de cerca de 13,3 mil pessoas que responderão questões sobre as formas e frequência de locação, itinerários mais usados, qualidade do serviço e meios de transporte preferidos.
O diretor-presidente da Urbes, Renato Gianolla, disse que a pesquisa faz parte da elaboração do Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade para Sorocaba, iniciado em junho do ano passado, com a finalidade de atender à lei federal nº 12.587/2012, que determina que as cidades apliquem mecanismos para a redução dos congestionamentos e da poluição e ampliem os recursos em projetos e programas que possam torná-las mais sustentáveis e inclusivas.
Segundo ele, essa pesquisa será uma ferramenta importante para definição sobre os projetos futuros a serem implantados no município, como o caso do BRT (ônibus rápido), e também para a promoção de melhorias do sistema já existente. A realização do estudo está dentro dos gastos já previstos na licitação que contratou uma empresa especializada em consultoria de engenharia de transportes e de planejamento urbano para a elaboração do Plano Diretor, que está orçado em cerca de R$ 1,5 milhão.
Gianolla ressaltou que poucos cidades do interior paulista já dispõem de uma pesquisa desta abrangência, sendo que atualmente apenas as principais capitais brasileiras têm investido na sua realização. Na capital paulista, um modelo semelhante é utilizado pelo Metrô, em sondagens com usuários realizada a cada dez anos. Segundo ele, o estudo também é uma condição para que a cidade continue a receber recursos do Governo Federal para o financiamento de projetos de mobilidade urbana. "Todas as cidades com mais de 100 mil habitantes serão obrigadas a apresentarem esse estudo e Sorocaba está se preparando para atender essa determinação."
Mapeamento
A urbanista Rachel Jordan Factor, da Logit, empresa contratada para a realização da pesquisa, disse que para dar maior representatividade à amostragem, a cidade foi dividida em 59 zonas, sendo que a seleção dos quatro mil domicílios contempla cinco faixas de renda familiar. Para garantir a adesão dos moradores , a Urbes fez a distribuição de um comunicado oficial às residências pré-selecionadas informando sobre a realização e o objetivo da pesquisa e pedindo para que o pesquisador devidamente identificado seja recebido para a entrevista. Em cada carta consta uma senha individual que deve ser informada ao pesquisador no momento da entrevista.
Ela ressaltou que para garantir que a meta de quatro mil domicílios seja atingida, a empresa trabalhou com uma abrangência maior de residências que estão dentro das zonas de pesquisa para que no caso de um local não poder ser pesquisado, já estejam definidos outros endereços alternativos. Por isso, o comunicado da Urbes informando sobre a possibilidade de visitação dos pesquisadores foi distribuído para um total 24 mil domicílios. "É importante ressaltar que nem todos aqueles que receberam o informativo necessariamente farão parte da pesquisa", explicou Gianolla.
O trabalho de campo será realizado 36 pesquisadores que colherão os dados diretamente em um tablet, para a agilização na apuração dos dados. Rachel Factor explicou que a pesquisa terá três abordagens diferentes. Na primeira, que será aplicada em todos os entrevistados, será feito um perfil das famílias entrevistadas, com o número de integrantes, os veículos que possuem, que tipo de transporte utilizam, os principais destinos e a renda familiar. Todos os integrantes da família, com idade acima de 16 anos, terão que responder o questionário individualmente.
Uma outra amostragem, que será destinada a 750 pessoas, irá abordar a imagem que o entrevistado tem sobre os sistemas de transporte, abordando desde a segurança, atrasos, tempo de viagem, entre outros. O terceiro questionário, que terá como alvo 1.150 entrevistados, abordará a preferência declarada do usuário por determinado tipo de transporte. "Todas essas ferramentas permitirão um cruzamento de dados bastante representativo para que possamos chegar a uma apuração final sobre o perfil dos usuários do transporte urbano, as suas demandas e expectativas", disse.
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