Mara foi convidada pela Prefeitura de Londres para discutir com arquitetos, urbanistas, designers e profissionais de saúde pública os meios de tornar as cidades mais favoráveis à promoção da saúde e qualidade de vida da população.
O objetivo principal é valorizar e incentivar as políticas públicas e o planejamento das cidades e suas edificações, de modo que favoreçam a mobilidade urbana e a saúde da população. Os projetos arquitetônicos e urbanísticos podem ajudar a prevenir doenças como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e alguns cânceres. O evento foi promovido em parceria com a parceria com os Conselhos das Olimpíadas de Londres, o “London Legacy Development Corporation” (LLDC), Conselho de Design CABE, Centro de “Active Design” e a Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical.
A deputada levou os conceitos de desenho universal e acrescentou ao debate os meios de incluir as pessoas com deficiência, favorecendo sua mobilidade e consequentemente sua saúde e participação social.
“Este convite me fez refletir sobre o quanto as pessoas com deficiência deveriam ter mais oportunidades de melhorar sua saúde e qualidade de vida, especialmente em países como o Brasil, onde o número de pessoas com deficiência é muito alto”, afirmou. ”Uma cidade que é melhor para uma pessoa com deficiência fica melhor para todo mundo.”
No primeiro dia de evento, Mara participou de diversos debates com convidados britânicos, norte-americanos e canadenses, que apresentaram suas experiências e os meios que encontraram para envolver os cidadãos na promoção da saúde e qualidade de vida, sobretudo junto às crianças e jovens.
Londres apresentou o legado das Olimpíadas e Paraolimpíadas 2012 e como o design foi aplicado aos planos de desenvolvimento urbano, favorecendo assim as comunidades. Outro grupo londrino de saúde pública mostrou os resultados de pesquisas nas quais se mediu o quanto o transporte público de qualidade, aliado a boas calçadas, podem estimular as pessoas a caminharem para seus destinos de trabalho ou educação, e assim favorecer também sua saúde. A redução de doenças do coração foi um dos maiores índices alcançados.
Mara fez sua apresentação na terça-feira (19) no segundo dia de debates, que também contou com a participação dos brasileiros José Bittar, médico, e Roberto Simon, arquiteto e urbanista.
Ela lembrou a questão das escadas, como símbolo do “active design”. “As escadas são colocadas como favoráveis à promoção da vida mais saudável - e de fato são porque promovem o exercício -, porém elas excluem as pessoas com deficiência”, afirmou Mara. “É preciso refletir sobre isso já que não podemos retroceder nas questões de acessibilidade”, concluiu.
O desenho universal aproxima as pessoas e torna os ambientes mais seguros, explicou Mara. “Uma deficiência causa um impacto profundo na pessoa e também em sua família. Temos que criar oportunidades para que essas famílias possam ir juntas ao parque, à academia de ginástica, ao cinema, ao teatro, enfim usufruam de tudo que uma cidade pode oferecer. Isso é saúde, é qualidade de vida”, lembrou a deputada. “É isso que todos nós aqui buscamos: tirar as pessoas de casa.”
Um filme foi produzido durante o evento, apresentando as discussões e propostas discutidas, que em breve será divulgado pelos promotores do Fit Cities.
Veja o blog 'O Direito de Ir e Vir', de Mara Gabrilli.