O secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa (PT), um dos condutores da negociação que visa colocar em operação o metrô linha 1 (Rótula do Abacaxi) e construir a linha 2 (Paralela - Lauro de Freitas), elevou o tom de voz nessa segunda-feira (18/3) contra a divergências com a prefeitura no processo de transferência do sistema metroviário para o governo do estado.
O petista, alçado ao posto de pré-candidato ao Palácio de Ondina em 2014, insistiu na proposta de que a gestão estadual vai viabilizar que a concessionária responsável pela operação do sistema ofereça ônibus gratuito aos usuários em um raio de 5 km das estações.
Auxiliares da prefeitura e do governo devem se encontrar até a próxima semana para tentarem fechar o acordo que ainda não tem concordâncias por parte da prefeitura. Em respostas aos impasses, admitidos pelo secretário de Transportes, José Carlos Aleluia, em entrevista a Tribuna, Costa disse nessa segunda-feira (18/3) em entrevista a rádio Tudo FM, que o processo é simples e que o poder executivo estadual só aguarda um sinal positivo do Palácio Thomé de Souza para soltar a licitação.
“É simples assim: o governo está pronto para soltar a licitação e iniciar as obras, basta a prefeitura concordar em transferir a gestão do metrô para o Estado e autorizar que a concessionária responsável pela operação do sistema banque o transporte de ônibus em um raio de 5 km das estações, para a gente botar um ponto final nessa novela mexicana”, enfatizou. Segundo ele, a projeção é de que o sistema seja semelhante ao existente no Rio de Janeiro.
Dessa forma, a passagem média do metrô fica em torno de R$ 3,50, e o acesso seria gratuito através de ônibus especiais, que devem realizar o trajeto entre as estações metroviárias e os pontos rodoviários em uma distância de até 5 km um do outro. “O governo quer que a população que for utilizar o metrô tenha ônibus gratuito para ir a sua casa ou ao seu trabalho. Aqueles passageiros que porventura forem embarcar na futura estação de Mussurunga terão ônibus gratuito para ir pra suas casas se moram em Mussurunga ou em São Cristóvão. Quem iria custear esse ônibus seria a concessionária que ganhasse a operação do metrô”, disse, reforçando em seguida que somente assim, depois de 13 anos o tão esperado metrô pode ser colocado em funcionamento.
O titular da Casa Civil do governo disse ainda que em qualquer lugar do mundo o transporte de massa precisa ser subsidiado pelo poder público. “Isso justamente para desengarrafar a cidade e garantir uma mobilidade mais rápida e confortável a população. A passagem por si só não cobre os custos. O poder público tem que oferecer”, disse, acrescentando que “não conseguia entender porque a prefeitura ainda não havia aceitado a proposta”.
Por fim, o secretário mandou recado ao reiterar que a proposta não precisa mais de muita explicação. “É simples assim sem muito debate para a gente resolver essa novela mexicana que é o transporte de Salvador”.
Ao contrário de Aleluia que deseja debater a integração, Costa disse que no momento não vale a pena levantar a questão. “Antecipar o debate da integração é só dificultar o processo do metrô”, afirmou.
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