No Rio, pedestres unidos para garantir calçadas livres

Professor propõe criar entidade para cobrar espaço mínimo a quem está a pé. Câmara dos Vereadores também está de olho em exageros e promete fiscalização

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Fonte: O Dia  |  Autor: Angélica Fernandes  |  Postado em: 25 de fevereiro de 2013

Viviane e o filho Luca na Rua Prudente de Morais

Viviane e o filho Luca na rua Prudente de Morais

créditos: Carlo Wrede / Agência O Dia

 

O Rio pode ganhar uma Associação Regional de Pedestres para lutar contra a ocupação desordenada do espaço público.

Um debate foi aberto ontem pelo jornal O Dia sobre o gradeamento de prédios, o que prejudica a estética da cidade e reduz o espaço para quem está a pé. “É preciso garantir a área do pedestre”, defende Pedro Lessa, educador urbano e professor de História da Arquitetura da UFRJ, que apoia a criação da entidade.

 

A discussão sobre o espaço público nas calçadas também chegou à Câmara dos Vereadores. O vereador Eliomar Coelho (Psol) aguarda a formação das comissões na Casa para retomar os assuntos urbanos. “Fiscalizamos tudo o que é uso e ocupação do território na cidade. Se tiver algo em desacordo com a lei, vamos exigir melhorias da prefeitura”, adianta Eliomar. Os trabalhos devem começar no mês que vem.

 

Andar na calçada da Rua Prudente de Morais, em Ipanema, é dividir espaço com gradil, fradinho e jardineira. A faixa livre para pedestre chega ao mínimo cravado pela prefeitura, que é de 1,5 metro. Ontem O DIA mostrou que no vizinho Leblon o gradil é regra. “Aqui no Rio tem muitos pedestres que reclamam da situação das calçadas, mas é muito difícil unir essa gente para criar uma associação que nos defenda”, explica o professor Pedro Lessa.

 

O educador tem a intenção de fazer, aqui no Rio, o mesmo trabalho da Associação Brasileira de Pedestres (Abraspe), com sede em São Paulo, que tem mais de 30 anos de contribuições.

 

“Eles usam um gabarito como se fosse um carrinho de bebê para testar a largura e eficiência das calçadas”, conta Lessa, que amplia ainda mais as funções que uma associação pode ter, com debates sobre a legislação brasileira dos pedestres e parcerias com síndicos e condomínios.

 

Difícil andar acompanhado

Transitar por 1,5 m de calçada livre na Rua Prudente de Morais é missão quase impossível na avaliação de Viviane Appel, 45 anos, moradora de Ipanema. “É um transtorno ainda maior quando estamos com crianças, como o meu filho, Luca, porque não dá para andar ao lado do outro”, critica. Ela deixou o Rio Grande do Sul há 26 anos para viver no Rio. “Lá, os pedestres são tratados com mais respeito”, compara.

 

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