Depois de muito pensar e escrever sobre o problema da má conservação das calçadas no país, eu mesmo fui vítima dessa doença urbana nas cidades brasileiras. No caso, bastou uma tampa de válvula de água desnivelada alguns centímetros para me derrubar.
O "acidente" aconteceu na região de Vila Mariana, zona sul de São Paulo, na esquina da Praça Adélia Bastos com a rua Sena Madureira. Estava a caminho de um hospital no bairro do Ibirapuera para visitar meu pai.
Desci do metrô na Vila Mariana e pensava em fazer o resto do caminho com uma bicicleta compartilhada. Infelizmente, a estação de bikes da área não estava funcionando. Resolvi seguir a pé até a estação mais próxima, com certa pressa, pois as nuvens negras prometiam chuva pesada.
Quando cruzava a tal praça, já às margens da movimentada Sena Madureira, senti o pé preso e fui "pinchado" (como diria o Adoniran Barbosa) ao chão.
Felizmente, sofri apenas algumas escoriações nas mãos e no joelho, mas nada grave. Levantei-me, atônito, e, por sugestão de meu filho, fotografei o objeto que provocou a queda. Fica uma sugestão para o novo prefeito Fernando Haddad: em vez de investir bilhões em obras viárias, que tal aplicar essa dinheirama para passar a cidade a limpo e ajustar alguns pequenos detalhes nas calçadas, postes, sinalização, pontos de ônibus, jardins, coleta de lixo e limpeza pública? Detalhes assim (agora lembro o Roberto Carlos) podem fazer uma cidade mais humana e feliz.