A Rede Nossa São Paulo lançou hoje, quinta-feira (17), a sexta edição da pesquisa encomendada ao Ibope com a percepção dos paulistanos sobre a cidade, que inclui a quarta edição do Irbem (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município). Foram entrevistados 1.512 moradores da capital paulista com 16 anos ou mais entre os dias 24 de novembro e 8 de dezembro de 2012. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
No encontro, foi lançado também oficialmente o manifesto "Eliminar a violência na raiz de suas causas", que já tem mais de 2 mil assinaturas e é assinado por várias entidades.
Os dois documentos foram entregues ao prefeito paulistano, Fernando Haddad, que compareceu ao encontro acompanhado de vários secretários municipais.
O Irbem revela como anda o nível de satisfação dos paulistanos em relação à qualidade de vida e bem-estar em São Paulo. A pesquisa aborda 25 temas, alguns com aspectos subjetivos como Sexualidade, Espiritualidade, Aparência, Consumo e Lazer e outros que tratam de condições mais objetivas de vida, como Saúde, Educação, Meio Ambiente, Habitação e Trabalho.
O levantamento apresenta também, pelo sexto ano consecutivo, o nível de confiança da população nas instituições (Prefeitura, Câmara Municipal, Polícia Militar, Poder Judiciário etc) e a avaliação do poder público e dos serviços por ele oferecidos. Tempo de espera por consultas (nos sistemas público e privado) e tempo de espera nos pontos de ônibus são algumas das perguntas que compõem a pesquisa.
Alguns destaques da pesquisa:
- 58% dos entrevistados nasceram em São Paulo. Dos 42% que não nasceram, 82% moram há mais de 10 anos na cidade;
- 7 entre 10 paulistanos utilizam ônibus todos os dias. O tempo médio de espera no ponto de ônibus é de 21 minutos;
- A qualidade de vida na cidade piorou na percepção dos paulistanos. 38% dos entrevistados afirmaram que a qualidade de vida melhorou um pouco ou muito. No ano passado esse percentual era de 44%;
- 56% dos entrevistados afirmaram que sairiam da cidade caso tivessem oportunidade de viver em outro lugar. O número é o mesmo da pesquisa anterior;
Evolução dos indicadores
- Houve uma queda significativa na nota de quase todos os 169 itens avaliados pelo Irbem. O tema “Transparência e Participação” continua sendo o mais mal avaliado pela população. “Relações Humanas” é a área em que o paulistano se sente mais satisfeito.
- O grau de satisfação do paulistano em relação ao trabalho vem caindo no decorrer dos anos. Embora o grau de satisfação seja acima da média, os dados apontam que de 2009 até 2012 há menos entusiasmo com a perspectiva de carreira, com equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, mas especialmente na questão de remuneração (abaixo da média nos últimos 2 anos);
- A satisfação geral com o consumo apresenta queda em todos os aspectos avaliados, perfazendo os menores índices desde 2009, principalmente em relação ao incentivo ao consumo moderado e sustentável;
- Diminui a satisfação geral com a saúde em todos os aspectos. Dos 14 aspectos avaliados, apenas 5 ficam acima da média da escala. Os aspectos relacionados com o agendamento de consultas/exames e o tempo médio de espera entre a marcação e o atendimento são os pontos críticos;
- A percepção sobre a educação, que vinha estável até 2011, em 2012 apresentou quedas significativas nas médias obtidas para todos os aspectos. A falta de vagas em creches ou pré-escolas e a falta de respeito e valorização ao profissional de ensino são os aspectos mais críticos;
- A satisfação dos paulistanos com os valores pessoais e sociais diminui em 2012 de forma geral. O sentimento de descaso ou a falta de valorização da cultura de paz e recusa à violência é marcante entre os entrevistados;
- O item “segurança na cidade” teve a maior queda registrada: a nota média passou de 3,9 para 3.
- No balanço geral, 8 em cada 10 paulistanos estão insatisfeitos com a qualidade de vida na cidade. Este índice é o pior desde 2009. Dos 169 itens avaliados, 28 receberam nota acima da média, 2 deles estão na média e 139 ficaram abaixo da média;
- A média geral para a qualidade de vida em São Paulo foi 4,7, a menor de todas;
Segurança
- A sensação de insegurança do paulistano em 2012 é a mais alta observada desde 2008: 91% acham pouco ou nada seguro viver na cidade. A opção “nada seguro” aumentou 10% - de 35 para 45 – em relação ao ano passado;
- Quando questionados sobre “do que mais tem medo” em São Paulo, “violência em geral” foi o item mais lembrado, com 71% das respostas. “Assalto /roubo” ficou em segundo lugar (63%), seguido por “Sair à noite” (41%);
- Para a pergunta “quais ações e medidas são mais importantes para diminuir a violência?” , a resposta mais citada foi “combater a corrupção na polícia e nos presídios” , seguida por “criar oportunidades de trabalho para jovens de baixa renda” e “aumentar o número de policiais nas ruas”;
Saúde
- Assim como na edição anterior da pesquisa, observa-se que cerca de 3 em cada 10 entrevistados possuem plano de saúde privado.
- O tempo médio para utilização dos serviços públicos de saúde aumentou muito: para consultas, passou de 52 para 66 dias; para exames, de 65 para 86 dias; para procedimentos mais complexos (internações, intervenções cirúrgicas etc), de 146 para 178 dias;
Poder público municipal (pesquisa realizada antes da atual gestão tomar posse)
- A atual administração municipal (Gilberto Kassab) é “ótima/boa” para 17% dos entrevistados. O número é o mesmo do ano anterior. Os que consideram “regular” são 48%, contra 52% na edição anterior da pesquisa. E passou de 30% para 35% os que consideram “ruim/péssima”;
- A subprefeitura da região é “ótima/boa” para 18% (20% no ano anterior); “regular” para 45% (47% no ano anterior) e “ruim/péssima” para 35% (31% no ano anterior);
- A Câmara Municipal é “ótima/boa” para 11% (idem no ano anterior); “regular” para 39% (42% no ano anterior) e “ruim/péssima” para 46% (42% no ano anterior);
- Das 26 instituições e órgãos públicos avaliados, os paulistanos apontam 15 deles nos quais depositam mais confiança do que desconfiança. Entre eles estão mais uma vez o Corpo de Bombeiros (88%), os Correios (86%), o Metrô (77%), a SABESP (76%) e o Procon (74%). Mesmo ainda sendo apontada como uma instituição de confiança, as Forças Armadas apresenta nova queda neste índice (de 73% em 2010 para 60% em 2011 e 57% em 2012).
- Entre as 9 instituições ou órgãos públicos com maior nível de desconfiança estão a Câmara Municipal (69%), o Tribunal de Contas do Município (64%), a Polícia Civil (60%) e a Polícia Militar (60%).
Saiba mais:
Calçadas do Brasil - Relatório final –2ª Ed. – Janeiro 2013
Relatório final da campanha e estudo realizado pelo Mobilize Brasil
Calçadas do Brasil - Relatório inicial - Abril 2012
Relatório preliminar do levantamento das Calçadas do Brasil realizado pelo Mobilize Brasil
Calçadas do Brasil - Resultado total - Agosto/2012
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Calçadas do Brasil - Resultado preliminar - Abril/2012
Resultado da avaliação realizada pelos colaboradores do Mobilize Brasil em doze cidades brasileiras