Dilma Rousseff viaja de férias com uma preocupação na cabeça: o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo e em outras grandes capitais do país.
Os reajustes terão impacto direto na inflação de 2013, e a presidente já transmitiu essa apreensão à equipe de Fernando Haddad (PT).
No último dia 10 de dezembro, o prefeito de São Paulo declarou que o aumento é inevitável e que no início de sua gestão vai repor a inflação dos últimos dois anos. Com as passagens congeladas há dois anos, a argumentação de Haddad é de que o aumento é inevitável. Ainda assim, promete que o teto não será maior que a inflação do período, algo em torno de 10%.
Já em Curitiba o prefeito eleito Gustavo Fruet (PDT) também diz que vai aumentar a tarifa do ônibus. De R$ 2,60 poderá chegar até R$ 3,10 – valor cobrado pelas empresas de transporte coletivo que o apoiaram na campanha.
Marcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte, reajustou, no final de dezembro, em 5,66% a tarifa do ônibus na capital mineira. O preço da passagem é de R$ 2,80. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), reajustou, a partir de 2 de janeiro, em 10%, em média, a tarifa do ônibus e a passagem passou para R$ 3,05. O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT) confirmou aumento da passagem de ônibus para R$ 2,85 na capital gaúcha a partir do dia 6 de fevereiro. O que se diz é que todos esses aumentos azedaram o humor de Dilma na virada do ano.
Subsídio menor
No mesmo dia da declaração do prefeito Fernando Haddad, o Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL) foi à Câmara de Vereadores e protocolou uma carta exigindo que o subsídio ao transporte seja mantido em R$ 960 milhões – números de 2012 - já que o projeto de Orçamento Municipal para 2013 prevê R$ 300 milhões a menos do que deverá ser destinado às “compensações tarifárias”.
Na carta, o movimento deixa impressa sua visão de que “todo aumento de tarifa é uma decisão política e não um problema técnico". Entendendo que "subsídio menor significa aumento nas tarifas", o MPL avisa que já prepara manifestações de resistência ao iminente reajuste.