Trafegar pela capital cearense não é tarefa fácil, especialmente nos horários de pico. Por isso, cada vez mais pessoas vêm aderindo ao uso da bicicleta para se locomover pelas ciclovias da cidade de forma segura, fugindo do problema.
A ciclovia da Avenida Bezerra de Menezes, por exemplo, vem servindo como forte ponto de escoamento do trânsito para grande parte da população na ida e volta do trabalho.
No começo da manhã, fim da tarde e início da noite, pode ser presenciada a mesma cena rotineira: diversos ciclistas apressados, com trajeto livre, passando a todo instante ao longo dos 3 km de extensão da ciclovia. Embora o equipamento não seja 100% aprovado por muitos destes usuários, são inúmeros os benefícios apontados por quem passa pelo local; o principal, o ganho de tempo.
Morando no bairro Antônio Bezerra e trabalhando no centro, o eletricista Júnior Carvalho, de 41 anos, leva apenas dez minutos para chegar ao serviço usando sua bicicleta. De ônibus, segundo ele, o mesmo trajeto não leva menos de 40 minutos. "Ainda tem os terminais lotados, que também nos atrasa. O do Antônio Bezerra pela manhã é um verdadeiro inferno", declara.
Mesmo considerando a ciclovia indispensável nos dias de hoje, uma vez que as ruas estão cada vez mais perigosas e os motoristas desrespeitosos aos que vão de bicicleta, ele considera que o equipamento da Bezerra de Menezes não oferece a estrutura adequada, por ser estreito em determinados pontos. "Ao invés de alargarem a ciclovia, alargaram a calçada", reclama.
A economia de dinheiro também é apontada por muitos usuários como um dos benefícios da bicicleta na ida ao trabalho.
O gesseiro Sidney da Silva, 22 anos, abandonou o transporte coletivo, que o levava do bairro Autran Nunes ao Monte Castelo em uma hora e meia, para ir de bicicleta, gastando, agora, apenas 30 minutos no total. Uma prática que influencia diretamente o seu bolso, já que o jovem economiza, assim, R$ 168 por mês. "É bem mais compensador pra mim", avalia.
O eletricista Paulo Mesquita, 47 anos, também deixa o carro em casa e prefere ir pedalando ao serviço, reduzindo o tempo de trajeto de 40 para dez minutos, e embolsando, desta forma, cerca de R$ 50 por semana, que seriam gastos na gasolina do veículo. "Se tivéssemos mais ciclovias, seria ainda melhor", diz.
Há ainda quem ganhe melhorias na saúde pelo uso da bike. É o caso do vendedor ambulante Antônio Carlos Rodrigues, 41 anos, que vai todo dia do bairro Parquelândia em direção ao Centro, e afirma ter melhorado os problemas que sentia no corpo. "Sofria com dores no joelho e nas costas e, hoje, não tenho mais. Além disso, perdi oito quilos", destaca.
Novos equipamentos
Sendo de grande benefício para a mobilidade urbana de Fortaleza, mais ciclovias são aguardadas por quem prefere o uso da bicicleta no dia a dia da Capital. A Prefeitura de Fortaleza, por meio do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) implantou recentemente mais de 8 Km de novos equipamentos, e promete ainda a implantação em novas vias, como a José Bastos, Augusto dos Anjos e Germano Frank.
A infraestrutura a ser montada interligará as ciclovias já existentes e darão acesso aos terminais do Antônio Bezerra, Papicu, Siqueira e Parangaba, que também receberão bicicletários permitindo aos usuários guardar a bicicleta com segurança.
Além disso, de acordo com o Transfor, está em conclusão a licitação para a elaboração do Plano Cicloviário de Fortaleza, com o objetivo de consolidar uma ampla infraestrutura.
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