Na capital mato-grossense, rotas alternativas foram criadas para desafogar o trânsito, já que as obras de mobilidade urbana que antecedem a Copa de 2014 estão a pleno vapor e as principais avenidas da cidade estão parcialmente interditadas.
O trânsito cada vez mais congestionado tem provocado transtornos não só aos condutores de veículos, mas aos pedestres e ciclistas. A pressa, o stress e principalmente, a falta de paciência são os fatores que mais contribuem para que acidentes aconteçam. Essa situação se repete com mais freqüência nas grandes capitais o que inclui Cuiabá. Para se ter uma ideia, em Mato Grosso, a frota de veículos em circulação diária pelas ruas e estradas corresponde a 1,3 milhões.
Na capital mato-grossense, rotas alternativas foram criadas para desafogar o trânsito, já que as obras de mobilidade urbana que antecedem a Copa de 2014 estão a pleno vapor e as principais avenidas da cidade estão parcialmente interditadas. No entanto, os caminhos sugeridos também estão abarrotados de veículos que disputam espaços apertados para saírem na frente. Situações como essa e que se repete em todo o Brasil, ou em grande parte do país, fez com que muitos brasileiros optassem pela bicicleta, como meio de transporte. Porém, são poucas as cidades que oferecem a tão sonhada ciclovia ou espaço delimitado ao ciclista.
E como Cuiabá e a maioria das cidades mato-grossenses se enquadram nesse perfil, o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Mauro Savi (PR), apresentou um projeto de lei que trata da conscientização voltada à segurança dos ciclistas mato-grossenses, visando o tratamento que deve ser dado a centenas ou até milhares de pessoas que, por diferentes razões, instituíram a bicicleta como um meio de locomoção.
“Está mais do que na hora de as Prefeituras e Governos Estaduais de todo o país assumirem que uma parte importante da população usa bicicleta como meio de transporte e, na mais absoluta ausência de políticas de apoio a esta forma de circulação, estes usuários, assim como os pedestres, estão expostos a uma verdadeira carnificina no trânsito”, alertou o deputado.
O projeto em questão institui a Semana Estadual da Segurança do Ciclista no Trânsito, período em que deverão ser realizadas campanhas educativas para a redução do número de acidentes e ao mesmo tempo, campanhas voltadas para o responsável pela bicicleta, campanha educativa sobre os direitos dos ciclistas e como os mesmos devem ser tratados no trânsito, campanhas contra o uso de bebidas alcoólicas, a conscientização e fiscalização dos equipamentos de segurança para ciclista, além da realização de passeios ciclísticos, na tentativa de reforçar a segurança nas vias públicas.
Savi exemplifica essa prática, ao lembrar que na Holanda a integração das bicicletas ao trânsito vem de décadas e o respeito ao ciclista é natural, destacando que nesses lugares o mais fraco no trânsito é respeitado, resguardado e protegido. “Já no Brasil, participar do tráfego pedalando é um costume recente, que está se espalhando como fruto da insatisfação causada pelos constantes engarrafamentos nas metrópoles, da busca por hábitos mais saudáveis, da consciência ambiental e, do simples prazer de andar bicicleta”, considerou.
Segundo o parlamentar, existem inúmeras maneiras de adequar os espaços urbanos ao uso de bicicletas. Ele defende que, a construção de espaço para pedestres e ciclistas não pressupõe rios de dinheiro, se comparado aos que são consumidos pelo automóvel. “O incentivo às ciclovias pode tirar das ruas uma boa quantidade de carros”, destaca o autor do projeto ao observar que mais de 14% das emissões de dióxido de carbono no planeta vêm do setor de transporte, e a bicicleta é um veículo que não polui.
Se aprovada a proposta, as ações voltadas para os ciclistas deverão acontecer na terceira semana do mês de setembro, mesmo período em que se realiza a Semana Nacional de Trânsito, quando o Ministério das Cidades, o Denatran, os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito e diversas entidades promovem campanhas com o intuito de conscientizar os cidadãos sobre a necessidade de respeitar as regras de trânsito.
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