Após quase mês de implantação do Bike Poa em Porto Alegre, serviço de aluguel de bicicletas, as autoridades locais tem comemorado a receptividade do serviço, que acumula 5.925 usuários cadastrados e 4.242 viagens realizadas, nas cinco estações espalhadas pelo Centro Histórico. As informações geradas pelo usos do sistema, como trajetos mais utilizados, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), podem até nortear mudanças no Plano Diretor Cicloviário da cidade.
Atualmente são 50 bicicletas disponíveis para aluguel, mas esse número deve quadruplicar até o final do ano com a implantação de 15 novas estações, ampliando o serviço para áreas de fora do Centro da capital gaúcha.
O sistema ainda não está interligado com as poucas ciclovias de Porto Alegre, segundo a EPTC, por ainda estar em sua fase inicial. O Plano Diretor Cicloviário, aprovado em 2009, prevê quase 500 km de ciclovias e ciclofaixas. Segundo o secretário Municipal da Mobilidade Urbana, Vanderlei Capellari, aumento no número de viagens pelo Bike Poa poderá gerar um estudo mais preciso sobre o uso da bicicleta e futuras mudanças no mapa das vias destinadas às bicicletas.
"Como o sistema nos fornece relatório diários das viagens que foram realizadas, isso vai criar um arquivo de informações fundamentais para esse planejamento. A partir do momento que nós atingirmos as 20 estações, vamos ultrapassar o Centro Histórico de Porto Alegre. Isso vai formar um histórico de viagens realizadas que vai nortear o planejamento de execução desses projetos e até possíveis correções do próprio Plano Diretor Cicloviário", afirmou.
Assim como as autoridades locais, os usuários também se mostram satisfeitos com o serviço, mas se dizem um pouco receosos com o trânsito. No entanto, boa parte do aluguel nessas primeiras estações tinha por objetivo o lazer, como é o caso do estudante de ciência da computação Gabriel Müller. "Estou pegando a bicicleta para dar uma volta no Gasômetro (orla), para tirar umas fotos. Gosto do exercício. Eu já andava de bicicleta, mas tinha deixado o habito de lado, mas estou retomando depois que implantaram o serviço", disse Müller.
O técnico de edificações Igor Teles também é só elogios, mesmo sem ter usado o sistema. "É uma ideia muito boa, o preço é acessível. Se estão oferecendo as bicicletas para que possamos andar, já é uma iniciativa muito boa, temos que elogiar", ressaltou Teles.
Müller aponta que apesar de não ter se envolvido em acidentes, a atenção deve ser "triplicada" ao circular pela cidade. "Tem que se preocupar com os carros, saber se eles estão vendo que vocês está lá, andar pelo acostamento, tem que ter a atenção", afirmou.
Para Capellari, o município passa por um processo de mudança cultural com o uso da bicicleta, e diz que os motoristas estão sendo orientados nesse sentido. "A gente tem feito um trabalho muito intenso e não é só, exclusivo da EPTC, a sociedade tem feito um trabalho direcionado ao respeito do ciclista, a mídia tem feito um acompanhamento permanente, até porque os índices de acidentes envolvendo ciclistas tem caído bastante", diz. Segundo ele, no bairro da Restinga, zona sul da capital, após a implantação de uma ciclovia, o número de acidentes envolvendo ciclistas caiu 60%.
O número médio de ciclistas feridos em acidentes de trânsito em Porto Alegre varia entre 22 e 28 por mês, índice bem abaixo dos nove ciclistas atendidos diariamente em pronto-socorros de São Paulo, por exemplo.
O sistema implantado em Porto Alegre é o mesmo utilizado na capital paulista e no Rio de Janeiro. Para alugar uma bicicleta é necessário fazer um cadastro por telefone ou por meio de um aplicativo de smartphone. O aluguel custa R$ 10 mensais ou R$ 5 por hora de uso.
Saibas onde estão as estações já em operação
Mercado
Praça da Alfândega (em manutenção)
Casa de Cultura Mário Quintana
Usina do Gasômetro (a mais utilizada)
Câmara de Vereadores
Próximas estações a serem implantadas
Ginásio Tesourinha
Praia de Belas Shopping
Escola Técnica Parobé
Largo Zumbi dos Palmares
Redenção-UFRGS