Pegando carona nas comemorações do Dia Mundial Sem Carro, o Rio ganhou nesta sexta-feira o primeiro mapa cicloviário oficial da cidade. Voltado tanto para o ciclista carioca como para o turista que opta por conhecer a cidade sobre duas rodas, o guia indica o traçado das ciclovias na Zona Sul, no Centro, na Tijuca, no Grajaú, no Maracanã e em São Conrado, indica os principais pontos turísticos próximos às rotas e fornece a localização de serviços essenciais para quem pedala, como endereços de oficinas de bicicletas, delegacias de polícia, hospitais, pontos de aluguel e estações de metrô e trens com bicicletários.
Também hoje, a prefeitura lançou no sistema Bike Rio um aplicativo para celular que permite escolher percursos e calcular distâncias de viagem pelas ciclofaixas, ciclovias e faixas compartilhadas da cidade.
O lançamento do mapa — que será atualizado e terá outras versões ampliadas — faz parte de uma série de ações da prefeitura para incentivar o uso de bicicletas. Com 290 quilômetros de ciclovia, o Rio de deve fechar o ano de 2012 com mais 10 quilômetros de vias para bikes nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste. A região, por sinal, será a próxima contemplada com um mapa cicloviário.
"É o primeiro mapa cicloviário da cidade. Ele será distribuído em hotéis, quiosques de informação de turismo da Riotur e na Secretaria de Meio Ambiente. O mapa vai permitir, por exemplo, que o carioca de bicicleta na Zona Sul descubra a loja mais próxima caso tenha um pneu furado. Já o turista poderá planejar um passeio pelos pontos de interesse mais próximos, como o bondinho do Pão de Açúcar e o Corcovado", explica o secretário municipal de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, acrescentando que a meta da prefeitura é chegar a 450 quilômetros de ciclovias até 2016.
Segundo o secretário, a elaboração do mapa, com tiragem inicial de 50 mil exemplares, teve a participação de técnicos, engenheiros, ciclistas e ONGs que defendem o transporte em duas rodas, como a Transporte Ativo, o ITDP (Institute for Transportation and Development Policy) e a Camelo Urbano. O próprio Altamirando, que costuma só circular pela Zona Sul de bicicleta, testou algumas das rotas.
"Há informações úteis para o ciclista, como as regras de trânsito para bicicletas, a sinalização das ciclovias, dicas de segurança e um serviço de como usar as bikes no metrô, no trem e nas barcas. Os dados serão permanentemente atualizados porque a cidade é dinâmica. Os trens da Supervia, que só permitiam bicicletas aos domingos, vão começar, a partir de amanhã, a aceitá-las aos sábados e feriados também. Isso teremos que atualizar na próxima edição", diz Altamirando.
O mapa foi lançado no quiosque da Riotur, na Avenida Atlântica, em Copacabana, próximo ao Posto 3. Além do secretário de Meio Ambiente, também esteve no local o secretário municipal de Turismo, Pedro Guimarães, que apoiou a iniciativa.
"A maioria dos turistas que visitam o Rio geralmente não usam o carro e a biciclta aparece para eles como uma alternativa interessante de conhecer a cidade. Além disso, os mapas oferecem os melhores percursos a se fazerem para conhecer as principais atrações turísticas da cidade, o que é um grande atrativo para esse público", destacou Guimarães.
Os cariocas que passaram pelo local pela manhã gostaram do que viram. A psicóloga Leila Mattos, de 47 anos, mora no Leme e tem um escritório na Siqueira Campos. Ela conta que faz tudo que precisa com a bicicleta, veículo que utiliza há mais de 20 anos. E achou o mapa de importância fundamental para quem se desloca pela cidade sobre duas rodas.
"Eu, por exemplo, não conhecia as ciclovias que existem fora de Copacabana, que é por onde mais circulo. Assim fica mais fácil de fazer passeios pela cidade", disse Leila.
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