De tanto andar de transporte público - duas horas por dia, durante anos - Thomas Pomerancblum ficava imaginando como poderia ajudar as pessoas nos seus deslocamentos pela cidade. Foi assim que, por volta de 2005, o jovem tecnólogo teve a ideia de criar o Vá de Metrô, um guia de busca de locais de serviços, comércio e outros pontos de interesse nos arredores das estações do metrô paulistano.
Em funcionamento desde 2007, o site é hoje referência como sistema de busca na internet, com mais 3 mil lugares cadastrados na capital e mais de 7 mil visitas por dia.
A iniciativa surgiu num período, lembra Thomas, em que morava em Santo André e tinha de fazer várias baldeações até chegar ao seu destino no bairro de Pinheiros. Trajeto vai, trajeto vem, começou a notar que muitas empresas usavam as estações de metrô como referência para informar seus endereços: "Percebi naquilo um potencial de negócio e passei a pesquisar o assunto. Para minha surpresa, todos os guias que consultei só ensinavam a pessoa a chegar aos locais de carro...", relata.
No início, para estruturar o site, ele diz que andava muito a pé pela cidade, buscando os lugares que ele mesmo ia cadastrando. Depois, passou a ter ajuda de um funcionário e dos próprios internautas, muitas vezes donos de estabelecimentos, que enviavam sugestões por e-mail ou utilizando uma área específica do site.
Deste modo, o site foi aos poucos se desenvolvendo, sem investimentos em publicidade, diz ele, e com o aumento da visibilidade ajudado pelas buscas feitas pelo Google.
Em 2007, já havia certa repercussão e o bom resultado acabou por chamar a atenção de um profissional do portal UOL, que convidou-o a trabalhar na empresa. É lá que Thomas está até hoje, como coordenador de desenvolvimento do site. Nas horas vagas, claro, dedica-se ao seu projeto pessoal, o Vá de Metrô.
O caso do Metrô
Certa vez, lembra Thomas, recebeu um e-mail "seco" da companhia do metropolitano: era um convite para conversar. Marcou uma data e foi, meio cismado e preocupado... "Chegando lá, contrariando meus pressentimentos, eles foram receptivos, e logo disseram que achavam ótima a iniciativa do site. Então, qual era o problema? Apenas o uso que eu estava fazendo dos ícones das estações do metrô, algo que a área de marcas da empresa não permitia. Voltei para casa, troquei a imagem, e foi só isso, afinal".
Em cinco anos no ar, o Vá de Metrô cresceu, tornando-se uma ferramenta simples e útil para quem se desloca por transporte público na cidade. Para Thomas, é a colaboração das pessoas, indicando e avaliando os lugares, o que alimenta o trabalho. "Nenhum sistema daria conta disso. O caminho é esse: participação e envolvimento, o que realmente importa".