Cerca de 23% da população santista possui algum tipo de deficiência física, seja motora, auditiva, visual ou mental. Este percentual representa 96.209 pessoas que fazem parte dessa estatística no município. Os dados são do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Os dados levam em consideração as pessoas que não conseguem, tem grande dificuldade ou alguma dificuldade para enxergar, se mover, ouvir, etc. A média do município é menor que a média nacional 24% e se iguala a média estadual de 23%.
Para a cadeirante Maria Francisca Almeida de Souza andar pelas calçadas de Santos é o seu maior desafio. "As calçadas são muito esburacadas e temos que andar na rua junto com os carros e motos". Outra reclamação é em relação aos contentores de lixo espelhados na cidade. "Alguns ficam em cima da calçada e não dá pra ninguém passar. Seja deficiente visual, seja cadeirante", disse Maria.
Para o deficiente visual, Gilmar Ribeiro dos Santos, a cidade precisa avançar nesta questão. "Os carros estacionam nas rampas, faixa de pedestres, cadeiras de bares na calçadas. Os restaurantes da cidade não possuem cardápio em braile e quando possuem o mesmo não está atualizado. A gente percebe que não existe órgão para fiscalizar. A prefeitura não fiscaliza porque ela própria não cumpre a lei", afirma Gilmar.
A inexistência de intérprete de sinais nos equipamentos públicos e turísticos da cidade também é alvo de reclamação. "É necessário ter tradutores de libras de sinais nos órgãos públicos. Porque hoje não tem como o surdo se comunicar quando vai a uma policlínica, por exemplo", disse Maria.
A Prefeitura afirmou que neste ano já foram lavradas 895 intimações para reparos em calçadas e que ainda neste ano Santos vai implantar 30 semáforos sonoros, que auxiliam deficientes visuais a atravessar a rua. Hoje, existem apenas três desses equipamentos. Em relação a falta de cardápio em braile, a prefeitura disse que a fiscalização é feita pelo Defrec (Departamento de Fiscalização da Receita), ligado à Sefin (Secretaria de Finanças).
Já foram feitas blitze e fiscalizações e a Sefin orienta aos clientes que façam denúncia junto à Ouvidoria por meio da ligação gratuita 0800-112056, sempre que encontrarem alguma irregularidade.
O Metro perguntou como os candidatos pretendem melhorar a vida dos portadores de deficiência física em Santos. Confira abaixo:
Jama (PRTB) “Santos será acessível e o deficiente vai ir para onde quiser sem precisar de ajuda. Terá campanha educativa para que vagas de deficientes sejam respeitadas.”
Sérgio Aquino (PMDB) “Vamos discutir um novo padrão de calçamento. Reforçar a fiscalização e propor ideias arrojadas para fazer de Santos uma cidade cada vez mais inclusiva.”
Eneida Koury (PSOL) “Melhorar as calçadas da cidade. Criar o Centro de Reabilitação e Terapia para Portadores de Necessidades Especiais. Fiscalizar com rigor as leis já existentes e formular outras.”
Fabião (PSB) “Faremos uma Santos acessível aos portadores de necessidades especiais, idosos e crianças. Vamos dar o exemplo nas vias e nos prédios públicos em seis meses e apertar a fiscalização.”
Paulo Alexandre (PSDB) “Calçadas com piso tátil, semáforos sonoros, cursos profissionalizantes, sinalização em braile em prédios públicos, elevadores para cadeirantes.”
Beto Mansur (PP) “Vamos padronizar as calçadas com acessibilidade para todos, instalar mais semáforos sonoros e ampliar parcerias com as entidades para atender as pessoas com necessidades especiais.”
Luiz Antônio Xavier (PSTU) “É preciso ações para melhorar a vida dessas pessoas. É necessário oferecer condições decentes não somente em áreas nobres, mas em bairros carentes, onde os deficientes sofrem mais.”
Nelson Rodrigues (PSL) “Vou adaptar toda a frota de ônibus, adequar as calçadas e implantar semáforos sonoros para garantir o direito de ir e vir aos deficientes físicos.”
Telma de Souza (PT) “Vou ampliar os semáforos sonoros, fiscalizar calçadas e promover serviços públicos compatíveis com as necessidades dessa parte da população.”
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