A equipe reaproveitou um antigo Fusca 86 e adaptou o automóvel com baterias de lítio.
O modelo batizado de “Eco Fusca” é resultado de um trabalho de um ano e meio do técnico em eletrônica, Alfredo Araújo, de seu filho Eduardo Mazzoni, formado em Tecnologia da Informação (T.I.), e do mecatrônico Alex Lopes.
O carro é movido pela energia de 45 baterias de lítio, tem autonomia de 200 km e pode chegar a 160 km por hora. Mazzoni, devido seu conhecimento em T.I., projetou um software onde é possível ter acesso a todos os dados do carro. "Neste software podemos analisar o desempenho e acompanhar a carga das baterias. Quando ele estiver perto de descarregar o programa avisa", disse ao G1.
Mesmo com tanta eficiência neste primeiro projeto, os três desenvolvedores não estão satisfeitos. Constantemente, eles buscam aperfeiçoar a tecnologia, inclusive, algumas ideias serão testadas em breve.
"Está em andamento um projeto que consiste em fazer o teto do carro todo de placas fotovoltaicas, que transformam a luz do sol em energia. Além disso, temos uma ideia para fazer as rodas do carro gerarem energia. Concluídas essas duas etapas, nem será mais necessária a recarga pela tomada", afirmou Araújo, o técnico em eletrônica.
Além do benefício ambiental, o modelo elétrico ainda representa uma economia no bolso. "De acordo com meus cálculos, com aproximadamente R$ 5 de energia elétrica ele faz 160km. Os carros comuns precisam de R$ 35 de gasolina para fazer os mesmos 160km, considerando 12km/litro e o preço de R$ 2,69 o litro", avalia Mazzoni.
Os gastos, tanto a curto, como em longo prazo, parecem realmente mais atrativos. Mazzoni calcula que usando o fusca ecológico em cinco anos o consumidor já economizaria R$ 20.000. "Em 26 anos seriam R$ 15.000 de energia para carregar o Eco Fusca, já o carro comum com 12km/litro, utilizaria R$ 115.440 de combustível, mais manutenção”, afirma.
O custo para adaptar o fusca também teve um orçamento razoável. "A adaptação do Fusca custou algo em torno de R$ 50 mil, e eu creio que para modelos mais atuais esse custo é de aproximadamente R$ 60 mil. Esse valor é alto, se você compara com os carros comuns vendidos no mercado, mas se você pensar bem, este é um carro que se paga sozinho, e este preço ainda é mais em conta que o dos carros híbridos vendidos no Brasil", disse.
As baterias de lítio utilizadas são do mesmo modelo de telefones celulares, com dez anos de vida útil e podem ser recarregadas em qualquer tomada comum de 110V ou 220V.
O projeto do Eco Fusca foi divulgado na internet e, desde então, tem atraído pessoas do Brasil inteiro que querem conhecer o projeto ou pedir orçamento para que também possam adaptar seus carros.
Araújo é otimista em relação aos elétricos. Para ele, daqui a 30 anos a maior parte dos carros será híbrida “e isso vai ser bom para o meio ambiente e até mesmo para a saúde das pessoas", afirma. O próximo passo é testar o projeto em outros veículos.
"Se tivermos investimento, podemos começar a trabalhar no projeto da Eco Lancha, que beneficiaria quem precisa se locomover pelos rios da Amazônia, e da Eco Moto, que já criamos mas ainda não tivemos a oportunidade de botar em prática", diz o técnico em eletrônica. Com informações do G1.
Leia também:
Apresentado modelo para 85 novos táxis adaptados em Porto Alegre
Pneus deixam rastros de tinta e mostram como o carro impacta as ruas de SP
O adeus à ciclovia na zona norte do Recife: Prioridade aos carros revolta ciclistas