O estudo "Estado das cidades da América Latina e do Caribe 2012 - Rumo a uma nova transição urbana", divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça-feira (21), apontou resultados positivos no transporte do Brasil. O Rio de Janeiro teve a melhor avaliação em mobilidade urbana e Curitiba foi elogiada como a criadora dos BRTs (corredores exclusivos para o transporte coletivo), modelo copiado por outros países.
O relatório se baseou em uma pesquisa da CAF (Corporação Andina de Fomento), em quinze cidades de nove países latinoamericanos, de 2007 — o que ainda é considerada a avaliação mais atual. Desde então, o Rio já aderiu a uma das principais sugestões da ONU, os BRTs.
A avaliação mostrou que 82% do deslocamento no Rio era feito por transporte coletivo, bicicleta e a pé. Em comparação, esses tipos de locomoções representavam apenas 49% Buenos Aires.
Para Erik Vittrup, oficial principal de assentamentos Humanos da ONU, a mobilidade urbana é essencial para o desenvolvimento social e econômico das pessoas. Ele explica que o transporte permite o acesso a serviços básicos, oportunidades de emprego e permite a real integração de todas as áreas da cidade.
Segundo ele, "um exemplo da diferença que o transporte faz na vida das pessoas e da cidade é Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Este bairro era totalmente desconectado da metrópole embora fizesse parte territorialmente. Assegurar o acesso ao transporte público é uma ferramenta para garantir com que o cidadão faça parte da cidade".
Curitiba foi pioneira, mas ficou para trás
Embora Curitiba, no Paraná, tenha criado na década 70 o modelo de BRT, elogiado pela ONU, a cidade teve a pior avaliação em porcentagem do uso do transporte coletivo pela população: menos de 30% dos deslocamentos são feitos por ônibus ou metrô. Em compensação, cerca de 40% é feito a pé ou por bicicleta.
Entre as cidades que adotaram os BRTs destacam-se: Bogotá, Buenos Aires, Cidade de Guatemala, Cidade de México, Montevidéu, Quito, Santiago de Chile.
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