O desafio da mobilidade

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, cita dados do Estudo Mobilize em artigo onde critica a falta de investimentos em mobilidade urbana na Região Metropolitana de SP

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Fonte: Diário do Grande ABC  |  Autor: Luiz Marinho*  |  Postado em: 11 de agosto de 2012

Proposta de hidrovia na represa Billings

Proposta de hidrovia na represa Billings

créditos: Divulgação

A mobilidade urbana na Região Metropolitana é o grande desafio a ser enfrentado nos próximos anos. A gravidade desse problema ficou explícita em pesquisa divulgada pelo portal Mobilize Brasil no fim do ano. O levantamento colocou a qualidade das condições de transporte da cidade de São Paulo na lanterna entre nove capitais do País. 

 

Não é difícil encontrar as causas para esse verdadeiro apagão na mobilidade. Além da falta de investimentos em corredores de ônibus e em metrô, o que se viu em São Paulo ao longo dos anos foi a falta de visão para reconhecer a importância de modalidades alternativas e complementares de transporte.

 

Hoje, quem mora em São Bernardo e trabalha na região Sul de São Paulo gasta, em média, uma hora a cada viagem. Sistema de transporte hidroviário na Represa Billings conseguiria fazer o percurso, em média, em 21 minutos. Além da Capital e São Bernardo, seriam beneficiadas diretamente por esse sistema Santo André, Diadema, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, onde o espelho d'água da represa, de mais 106 Km², também está presente. O número de possíveis usuários não é desprezível: apenas no Grande ABC moram cerca de 2,5 milhões de habitantes.
 

Economicamente, não há razões para não apostar nesse sistema. Os investimentos são consideravelmente menores do que os necessários à implementação de outras vias terrestres. Também o são os custos operacionais, uma vez que não há manutenção de sistema viário. Consideração importante é o benefício ambiental, uma vez que o consumo de combustível do sistema fluvial é bem menor e os barcos não exigem espaço físico exclusivo para sua circulação. Essa modalidade de transporte também pode receber confortavelmente bicicletas e pessoas com deficiência.

 

Outro exemplo é ilustrativo das potencialidades dos transportes ditos alternativos. Em São Bernardo, para atender comunidades localizadas em locais íngremes, com ruas pequenas, onde ônibus não chegam com facilidade, estamos estudando a possibilidade de sistema de teleférico, como o do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que provou-se viável sob todos os pontos de vista, inclusive, ou principalmente, o da inclusão social.

 

Essas modalidades alternativas de transporte público, quando integradas a corredores de ônibus e metrô, inclusive em suas tarifas, podem representar economia de tempo, dinheiro e mais qualidade de vida para os moradores.

*Luiz Marinho é prefeito de São Bernardo.

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