Belém do Pará: Caos no trânsito longe de um projeto convincente

"Não é que a gente não queira acreditar, mas já vi muita promessa não cumprida nessa cidade".

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 |  Autor: Diário do Pará  |  Postado em: 27 de maio de 2011

ngarrafamentos constantes atormentam a população

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créditos: Marco Santos

Ao ver projeções de algumas vias de Belém, que devem ser beneficiadas pelo projeto Ação Metrópole, a manicure Selma Queiroz não escondeu a desconfiança. “Não é que a gente não queira acreditar, mas já vi muita promessa não cumprida nessa cidade”. A afirmação foi feita ontem durante sessão especial na Câmara Municipal de Belém para discutir o Plano Diretor Urbano (PDU) do transporte na capital, que contou com a presença de populares, representantes de municípios da Região Metropolitana de Belém e coordenadores do projeto.

“O PDU foi aprovado em 2008 e em seu artigo 43º previa a regulamentação do transporte e dos parâmetros de mobilidade urbana em até 18 meses. Estamos em 2011 e nada disso saiu do papel”, disse o democrata Carlos Augusto, responsável pela sessão, na abertura dos debates.

Segundo o professor de arquitetura Paulo Ribeiro, os principais problemas que Belém enfrenta estão na concentração de serviços, falta de incentivos para os meios limpos de locomoção, como a bicicleta, sucateamento do transporte coletivo e ocupação indevida dos espaços públicos. “Junto com a melhoria do sistema público, será preciso implantar restrições aos veículos privados. É uma questão de sobrevivência”, opinou.

Além de criticar a omissão da prefeitura em relação ao trânsito caótico em alguns pontos da cidade, Carlos Augusto denunciou a disputa entre Prefeitura de Belém e Governo do Estado por recursos do Ministério das Cidades, o que preocupou demais parlamentares e entidades sociais presentes na sessão. “Se houve sobreposição de projetos, a verba não será liberada e continuaremos nas brigas políticas, sem efetivar as ações”, criticou.

Para o presidente da Associação dos Usuários de Transporte do Pará, José Ribamar Lago, o embate de interesses só servirá para prejudicar a população. “O Ação Metrópole precisa ser urgentemente implementado porque até agora foi a única alternativa construída com a participação da sociedade. Quanto mais ele demorar, pior para o usuário que, mesmo financiando o sistema, continuará perdendo tempo, saúde e dinheiro”, pontuou.

PASSAGEIROS

Enquanto se discutia soluções para o transporte urbano, a poucos metros da CMB um conhecido problema se repetia na Avenida Almirante Barroso. No horário de almoço, a parada de ônibus já acumulava mais de 30 pessoas à espera do coletivo. Rômulo Silva estuda à tarde e conta que para chegar no horário precisa sair às 12h30 de casa.

“Nem moro longe do colégio, mas tenho que ficar na parada desde cedo porque o ônibus não tem hora certa e se eu perder já era”, afirma. Já para o comerciante Lauro da Costa a espera é o menor dos problemas. “Mais complicado é a superlotação, os ônibus velhos e a falta de respeito com que somos tratados”,concluiu.

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