Com a criação de novos ramais integrados à rede atual, de 120 km, a malha cicloviária de Curitiba chegará a 400 km, garante o governo municipal. Segundo o Ippuc - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, só a rede atual já coloca a cidade no segundo lugar no país em infraestrutura para a bicicleta.
A ampliação das vias cicláveis na cidade, prevista no Plano Diretor Cicloviário, elaborado pelo Ippuc, avança com obras em ciclovias, ciclofaixas e calçadas compartilhadas.
“Estimular o uso da bicicleta não só como lazer ou prática esportiva, mas como meio alternativo de transporte é uma das prioridades da prefeitura de Curitiba dentro do Programa Mobilidade e Acessibilidade. Os projetos já estão definidos e novos ramais são construídos na cidade”, afirma o presidente do Ippuc, Cléver Almeida.
Uma dessas novas conexões é a ciclofaixa da avenida Marechal Floriano Peixoto, que já conta com 8 km (4 km em cada sentido), desde o viaduto da Linha Verde até a divisa com São José dos Pinhais.
A outra etapa, da ligação até o limite da cidade com São José dos Pinhais, será feita em parceria com o governo do estado, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa.
No total, a cidade tem de 22,5 km de infraestrutura cicloviária em obras. O projeto de urbanização da rua Eduardo Pinto da Rocha, com entrega prevista para o fim deste ano, conta com implantação de ciclovia e de faixa de circulação compartilhada em 5 km de extensão. Também ao sul de Curitiba, o Eixo Viário de Integração CIC/Tatuquara terá mais 1,8 km de ciclovias.
Eixo Oeste/Norte
A maior obra de ciclovia em construção no momento está na avenida Fredolin Wolf. As obras na via foram retomadas pela prefeitura neste mês de julho. Ao fim dos trabalhos, serão 7,6 km de extensão, formando uma alternativa de acesso entre os bairros Santa Felicidade, São João e Pilarzinho promovendo a integração com os parques Tanguá e Tingui e a saída da Ópera de Arame, cartões postais da cidade.
A obra da Fredolin Wolf forma, juntamente com a rua Toaldo Túlio (já em funcionamento), uma rota cicloviária de 13,1 km de extensão no Eixo Oeste/Norte, possibilitando a ligação desde a BR-277 com opção de seguir até o Centro Cívico ou a Barreirinha.
Pela ciclovia da Fredolin Wolf, o ciclista poderá seguir pelo bairro São Lourenço e chegar ao norte até o Cachoeira, ou ao centro da cidade, Tarumã, e mesmo ao Xaxim. Seguindo a oeste, pela Toaldo Túlio, as ciclovias conectam os bairros Santo Inácio, Bigorrilho, Campina do Siqueira, Portão, Fazendinha, CIC e Capão Raso. O parque linear do Barigui também terá uma ciclovia com cerca de 10 km, ligando a CIC ao bairro Santo Inácio.
Linha Verde
O projeto da Linha Verde Norte prevê a implantação de circulação compartilhada em seus 8 km de extensão, dando continuidade aos 10 km já implantados na Linha Verde Sul.
O primeiro trecho de obras da Linha Verde Norte, com extensão de 1,8 km, ligando o Jardim Botânico ao Tarumã, já sendo executado, e junto está a continuidade da ciclovia, que futuramente cruzará a cidade de Norte a Sul, com quase 20 km de extensão, do Contorno Sul ao Atuba.
O Ippuc está projetando ainda a implantação de 10 km de infraestrutura cicloviária na avenida Comendador Franco (avenida das Torres). As obras integram o pacote de requalificação do corredor Aeroporto/Rodoferroviária, financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa 2014.
Previsto no Plano Diretor, o projeto para esse eixo prevê a implantação de infraestrutura cicloviária nos dois lados da avenida das Torres, com sentidos opostos, totalizando 20 km no trecho até a divisa com São José dos Pinhais.
Futuros ramais
O mapa de diretrizes da infrafraestrutura cicloviária do Plano Diretor inclui ramais na avenida Visconde de Guarapuava, Visconde de Nacar e Saldanha Marinho, favorecendo ligações com a rede existente.
O projeto de revitalização da Visconde de Guarapuava com ciclovia no canteiro central será feito pela prefeitura em parceria com o governo do estado. Serão mais 3,5 km com a implantação de pista exclusiva para bicicletas no canteiro central da Visconde.
A nova ciclovia fará conexão nas duas pontas com os ramais cicloviários das avenidas Mariano Torres e Sete de Setembro. O novo ramal é importante ligação que passa por bairros e o centro comercial da cidade facilitando os deslocamentos de quem segue ao trabalho de bicicleta.
“Com a ajuda do governo do estado vamos retirar os postes do meio do canteiro da Visconde e entregar essa faixa à cidade como uma canaleta exclusiva para os ciclistas circularem com total segurança, além de melhorar a paisagem urbana com a eliminação da fiação aérea”, destacou o presidente do Ippuc, Cléver de Almeida.
O Corredor Cultural é um projeto do Ippuc, em parceria com a UFPR, que também contempla a ciclomobilidade. O corredor prevê a ligação, com ciclofaixa, desde a reitoria até o prédio histórico da Universidade na Santos Andrade e de lá até a rua Teixeira Soares pela João Negrão.
O corredor cultural é um eixo que vai integrar fisicamente os equipamentos culturais já existentes na cidade, como por exemplo, a Reitoria (que conta com uma capela e um auditório); o museu Guido Viaro, o grupo de Leituras Bandeirantes; o Teatro Guaíra, a Capela do Santa Maria, o Teatro da Caixa e os centros culturais do prédio histórico da UFPR e dos Correios.
Boulevard
O primeiro trecho da Linha Azul do metrô curitibano, entre a CIC/Sul e Centro da cidade, também abrirá espaço para bicicletas. Parte das canaletas do eixo Pinheirinho/Santa Cândida serão transformadas em ciclovia.
Ao longo do traçado do metrô curitibano, onde hoje circulam os ônibus, será implantado um grande calçadão, a chamada Via Parque, que contará com infraestrutura cicloviária.
Na primeira etapa serão 14,2 km de extensão. Ao final da implantação do metrô, desde a CIC-Sul até o Santa Cândida, serão 22,4 km. Treze estações de embarque e desembarque do metrô terão estacionamentos para bicicletas.